Contornos de uma crise de imagem

Saída de João Lira da pasta da Transparência detona crise de imagem na gestão do prefeito Carlos Amastha...

Prefeito Carlos Amastha
Descrição: Prefeito Carlos Amastha Crédito: Lourenço Bonifácio/T1

A gestão do prefeito Carlos Amastha que acertou em cheio no final de semana com o Festival Gastronômico de Taquaruçu, começa a semana trabalhando para contornar a crise de imagem detonada pela saída do secretario João Lira, que respondia pela pasta da Transparência.

Lira, que é esposo da Procuradora Geral de Justiça, Vera Nilva, funcionava como uma espécie de chancela de que as coisas na Prefeitura de Palmas seguiriam o rito da legalidade e da Transparência. Ou, por outra via, pensam alguns, como uma espécie de blindagem para investidas mais ousadas contra atos do Paço.

Agora isso acabou. E de forma estrondosa: com o argumento de que as irregularidades na contratação da Terra Clean criaram constrangimento para o ex-secretário, que encomendou um relatório detalhado à sua assessoria e assinou embaixo sem mudar uma vírgula.

Ao T1 Notícias em entrevista ontem, Lira admitiu que o relatório era o ponto crucial da crise. Ao Jornal do Tocantins foi mais longe: disse ter sofrido pressão para mudá-lo.

A verdade indiscutível e que toda gestão pública não deve procurar disfarçar é que não se esconde o sol com a peneira. Este é um processo torto desde o começo, como já deixamos claro por diversas vezes aqui, em reportagens e editoriais. Não há nada de novo no relatório de Lira, que já não tenha sido exaustivamente exposto pela cobertura dos diversos veículos de comunicação do Estado.

Acelerando a licitação

Depois  do estrago inicial para a imagem da gestão – os oito dias de lixo nas ruas de Palmas – que já estava superado, a saída ruidosa de João Lira provocou a reação rápida com a agilização do processo licitatório que vai pacificar de vez a opinião pública na capital.

Ontem ao T1 Notícias, o secretario Marcílio Ávila anunciou a conclusão do Termo de Referência para a licitação e o calendário para os próximos dias. Em 30 dias o edital estará nas ruas. Até dezembro, se não houverem atropelos, a empresa vencedora da licitação estará contratada.

Só isto vira a página da desastrosa contratação da Terra Clean. Um ponto positivo na nova fase: o cuidado dobrou, e a Seisp envolveu a Abreulp – Associação Nacional das Empresas de Limpeza Pública do País.

Agindo rápido, a gestão de Carlos Amastha tem tudo para vencer a crise. E quem sabe, aprender a lição.

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