Da confiança de ninguém: a Odisséia dos carrapatos do poder para manter cargos

Agarrados a cargos de chefia e se esbaldando em gratificações, gente que participou de perto do governo passado usa de todos os estratagemas para ficar no governo Miranda, garantindo posições...

Amigos, os rumores estão cada dia maiores, mais fortes e vão se transformando em rugidos, não demora.

 

Explico: um número sem fim de comissionados, ocupando funções de confiança desde o governo passado, permanecem em seus cargos, como disse mais cedo um de meus seguidores no Twitter: “se fazendo de mortos”, para ver se escapam da linha de corte.

 

Seria cômico se não fosse injusto, desleal mesmo com quem fez campanha na planície, na oposição, exposto a todo tipo de bullyng nas redes sociais e na vida diária.

 

Mas o fato é que muita gente da turma de Siqueira e Sandoval (não há nenhum mal em terem sido, mas não são mais) está fazendo o que pode para permanecer dependurada nas tetas gordas do governo, no ar condicionado, em cargo de chefia. Sem desocupar espaço para quem foi à luta, deu a cara a tapa e assumiu um lado.

 

Um extremo, concordam?

 

Afinal desde que o mundo é mundo e o Tocantins não foge à regra, cargo de confiança é para quem é do grupo político que se elegeu. De preferência, um de confiança que tenha mérito. Traduzindo: colocar companheiro no lugar certo, onde de fato vá ter utilidade e não simplesmente pelo apoio e pelo voto.

 

Do mesmo jeito que fere a um aliado ser comandado por um adversário, constrange a um servidor competente ser comandado por outro, incompetente. Cada coisa no seu lugar...

 

A hora passou

 

Eu estava no Cristal Hall num dos históricos momentos da campanha Mirandista, assistindo e acompanhando o discurso do então candidato a governador quando ouvi o recado  - repercutido pela maioria dos veículos de comunicação – “quem quiser nos apoiar, a hora de vir é agora”, disse Miranda. E emendou que não ia amenizar para os que o traíram, nem governaria com adversários.

 

Miranda sobe o tom: "quem quiser venha agora, traidor comigo não dá mais"

 

Pois bem. À revelia do que disse o governador, muitos dos amantes do poder – não interessando quem nele esteja -  vem usando de todas as estratégias possíveis para permanecer. O que evidente, cria constrangimentos.

 

Em alguns casos, alguém que conhece o sujeito do verbo, cerca antes de ir parar no Diário Oficial a nomeação. Em outras, o governador fica sabendo depois. Em off, me contaram hoje que quando isso acontece, um Marcelo Miranda irritado pega ele mesmo o telefone e liga mandando exonerar o sem confiança nomeado por um de confiança, num cargo comissionado, de chefia, ou gratificação.

 

O problema é que a máquina é grande. E passa muita gente pelo filtro. Alguns com a velha justificativa: “mas fulano é competente, ficou quieto, não fez campanha”. Argumento vão.

 

Para estes recorro a uma fala do deputado Eduardo Gomes -  que aliás sempre teve lado -  num discurso de campanha alguns anos atrás, espirituoso como ele só: “quem quiser ser da nossa confiança não tem problema, espera a próxima campanha, abraça os nossos candidatos e depois ajuda a governar junto”...rs.

 

No vai e vem de nomeações de gente suspeita de ter trabalhado contra, já sobrou por exemplo, para Samuel Bonilha, secretario de Saúde. Mas tem mais gente passando por saia justa. Na Sefaz, onde o secretário é um purista, gente que passou os últimos anos escondendo os mal feitos da gestão passada sobe de salários e ganha agrados. Um acinte.

 

Um outro secretario, bem próximo ao governador, teve uma indicação barrada, e protestou: “isso é patrulha”.

 

A patrulha está ligada é no Estado inteiro, como já vai nas páginas da Folha do Bico sobre as indicações em Araguatins. Concordo com ela: de fato é injusto beneficiar quem foi contra em detrimento de quem trabalhou a favor. Quem teve sua vez de usufruir de cargos e altos salários no governo passado, pode dar um tempo e ir fazer outra coisa, enquanto a banda passa.

 

No começo do governo Siqueira achei um desplante, na comunicação, a escolha de gente umbilicalmente ligada ao ex-governador Gaguim, tentando disfarçar suas preferências de memória tão recente com a frase: “sou profissional”. Continuo pensando igual.

 

Que cada servidor tenha o direito de fazer suas escolhas e não ser perseguido por isso. Mas a César o que é de César. Os louros da vitória, são do vencedor.

 

No caso de Marcelo Miranda, devem ser divididos com quem o ajudou. Não com a turma do contra que fez tudo que pode para vê-lo mais uma vez derrotado.

 

 

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