Deixando CNA e Faet, Kátia Abreu mostra coragem ao buscar sua reeleição

A senadora Kátia Abreu, recentemente filiada ao PMDB, deixa nesta quinta-feira, 5 – prazo limite de desincompatibilização para quem preside instituições – a presidência da Faet no Estado...

Kátia, com a neta no Senado: história de vitórias
Descrição: Kátia, com a neta no Senado: história de vitórias Crédito: Divulgação

A senadora licencia-se, (como o fez na terça-feira, 3, da presidência da CNA) para enfrentar a que talvez seja – até aqui -  a eleição mais difícil de sua carreira política.

 

Kátia Abreu é, por natureza, uma vencedora. Sua história de vida fala por ela.

 

Está longe de ser uma liderança política comum. Tem gênio reconhecidamente forte. Compra todas as brigas que considera justas e raramente é complacente com erros. Sejam eles dos seus colegas de Senado, de Ministros de Estado, Secretários de Governo ou colaboradores da sua equipe. Às vezes erra a mão, é dura em excesso, o que facilmente é explorado pelos adversários.

 

Este perfil, que mistura uma sequência de vitórias e pouca tolerância com aquilo que não concorda tem lhe rendido a fama de arrogante no meio político.

 

Parafraseando Duda Mendonça ao se referir a Siqueira em 2010, pode-se dizer que Kátia Abreu é uma “força da natureza”.

 

É de se entender portanto, que haja muitos que não a compreendam.

 

Na trajetória que enfrentou no Senado nos últimos anos, fez muitos desafetos. No entanto, a quantidade de conexões que fez, de boas relações, é infinitamente superior. Por isso, os resultados que vem colhendo.

 

Nos primeiros anos conquistou notoriedade nacional. Quem esquecerá a Kátia Abreu que derrubou a CPMF?

 

Para o segmento que representa, o agronegócio, mudou a história com conquistas irrefutáveis, como o novo Código Florestal.

 

Na verdade pode-se dizer que ela inseriu o Agro no mapa político brasileiro, sem qualquer medo de exageros. E projetou-se internacionalmente, comprando a briga da agricultura brasileira, com o lobby dos que financiam algumas ONG’s que prezam menos pela verdade dos fatos, do que pelos interesses que as financiam.

 

A CNA que era uma instituição pesada, de imagem arcaica, se modernizou e ganhou o mundo com Kátia Abreu.

 

É assim por onde ela passa: revoluções acontecem. Um fato que nem os mais ferrenhos inimigos têm como negar.

 

Da oposição até a aproximação com Dilma

 

Na política tocantinense, desde que se aproximou do Palácio Alvorada e de Dilma Roussef, calou a boca dos que diziam que não viam nada de ganho prático nas suas ações políticas.

 

De lá para cá o trânsito da senadora Kátia Abreu fez inserir na pauta das políticas públicas nacionais, obras que vinham travadas há mais de duas décadas, desde que Tocantins era Goiás. Seu prestígio e poder de articulação fizeram isto. Basta olhar o caso recente da Hidrovia. Uma lenda que vem se aproximando da nossa realidade. 

 

É por estas e outras que mesmo os que se assustam com seus métodos têm sido flexíveis em reconhecer seus méritos.

 

A partir desta quinta-feira, Kátia Abreu enfrentará no entanto, um difícil periclito.

 

A peregrinação pelos recantos do Tocantins, enfrentando adversários que ajudou a eleger em 2010 e que não estão para brincadeira. Basta dar uma olhada nos acontecimentos que animaram as manchetes dos últimos meses.

 

Ela é, potencialmente, o maior perigo para que o grupo que ocupa hoje o Araguaia revalide o passaporte para mais quatro anos a frente do comando do Estado. Por isso volta e meia notícias como a de ontem, de que ela teme Siqueira e de que pode ir ao governo por isto.

 

A força que deu novo fôlego a Marcelo Miranda

 

Foi Kátia quem deu novo fôlego a Marcelo Miranda, a maior estrela da oposição no Tocantins. Ao lado dele, no PMDB, tem enfrentado uma grande batalha. Que para ele, sozinho, não estava fácil de vencer.

 

Também não é segredo para ninguém que a senadora é quem move mundos da burocracia e da indiferença em Brasília para ajudá-lo na interlocução necessária para que tenha a chance de lutar pelo mandato de Senador.

 

Marcelo é a figura mais doce da chapa que o PMDB desenha e que buscará registrar no final do mês. Um, termina sendo o contraponto que complementa o outro. Ele é a suavidade e o tratamento cordial que o tocantinense mais simples idolatra. Ela, o pulso firme, a palavra de fogo, o impulso para derrubar as barreiras.

 

Kátia Abreu enfrentará nessas eleições os inimigos que fez ao longo dos últimos anos. E enfrentará o desafio de mostrar ao eleitor mais simples o raciocínio que deixou claro na entrevista concedida ao T1 Notícias para desmentir a nota publicada pelo jornalista Cláudio Humberto e repercutida na imprensa local: o de que é mais útil em Brasília, do que no Tocantins.

 

Sem medo de enfrentar Siqueira

 

Quem tem medo de Siqueira? Pode-se perguntar o leitor/eleitor. Muitos teriam, afinal ele ainda é a maior liderança viva, com um capital político considerável que a história lhe confere, na luta pela criação do Estado, na sua estruturação e na criação de Palmas.

 

Nas palavras da Senadora, fica claro o respeito com que ela, nos bastidores, sempre se refere a ele. Mas medo de enfrentar Siqueira numa disputa ao Senado, Kátia Abreu deixa claro que não tem: “cada grupo que trace o seu projeto e escolha seus candidatos. Nossa chapa somos nós quem vamos escolher, não os adversários”.

 

Pano rápido.

 

Nos últimos meses a presidente da CNA enfrentou, como se leu na imprensa nacional, a oposição de um grupo dentro da Confederação. Liderado pelo governador de Mato Grosso, que agora tem outros problemas a resolver.

 

Solidários, 21 presidentes de federações lhe deram carta branca para antecipar as eleições da CNA e assim desvincular um processo do outro. A eleição no calendário normal, acontece logo após a disputa nacional.

 

Kátia ouviu os presidentes e pediu um tempo para pensar. Decidiu-se por manter a data.

 

Vai primeiro para a disputa eleitoral no Estado, para depois enfrentar uma disputa na CNA.

 

A que acontecerá aqui, com certeza é bem mais complicada do que a que acontece lá. Mas no gesto, Kátia Abreu mostrou mais uma vez quem é.

 

Poucas pessoas no Tocantins têm hoje a dimensão do tamanho da liderança, da força e da capacidade de trabalho de Kátia Abreu.

 

Este será o seu maior desafio nesta campanha que ganha as ruas no começo do próximo mês: colocar tudo na balança e demonstrar o quanto o Tocantins tem a lucrar em mantê-la por lá.

 

Dia destes ouvi de uma pessoa simples, a pergunta: “você acha que a Kátia Abreu tem coragem de enfrentar essa disputa pelo Senado?”. Respondi: “e porque não teria?” E ele: “ué, é uma eleição de uma vaga só”.

 

Disse então, que quem não tem coragem não sai de casa e que até onde conheço, a senadora não tem medo de perder eleição.

 

Não por excesso de confiança, mas por absoluta vocação para quebrar seus limites. A história tem mostrado que não há recuo possível para os fortes.

 

O resultado que esta disputa mostrará certamente é uma incógnita.

 

De tudo, apenas uma coisa é certa: Kátia Abreu não foge às suas lutas.

 

Restará ao eleitor, no fim das contas, tudo posto na balança, responder nas urnas se prescindirá da força e da capacidade dela.

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