Deputado Rubens Bueno apresenta requerimento que pede convocação de Siqueira para depor na CPI do Cachoeira

O deputado federal Rubens Bueno (PR), apresentou nesta segunda-feira requerimento convocando o governador Siqueira Campos (PSDB) para depor na CPI do Cachoeira. A atitude do deputado veio depois que a Folha publicou que quase metade do dinheiro do co...

O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), apresentou nesta segunda-feira requerimento (REQ 695/2012) convocando o governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), para depor na CPI do Cachoeira. Quase metade do dinheiro do comitê do PSDB, segundo o jornal Folha de São Paulo, veio de empresários que atuavam em parceria com o contraventor. Do dinheiro usado na campanha de Siqueira em 2010, 98% vieram do comitê.

"Se o governador Siqueira Campos está sendo denunciado pela mídia, por que não convocá-lo?", disse Bueno, que protocolou o requerimento de convocação nesta segunda-feira. "É imprescindível que ele venha esclarecer as suas relações com Cachoeira, pois, afinal, o objetivo da comissão é investigar as relações de Cachoeira com o poder público e com empresários", disse Bueno

 Segundo a Folha, de R$ 10,5 milhões de receita declarada à Justiça Eleitoral, R$ 4,3 milhões (41%) foram doados por citados na investigação da Polícia Federal na Operação Monte Carlo. O prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), flagrado negociando com o bicheiro, já foi convocado para depor.

Empresários

Nos grampos da Polícia Federal, Cachoeira diz a um auxiliar ter um encontro marcado com o governador. Siqueira Campos diz que só houve um encontro "fortuito", sem dar detalhes.

Rossine Aires Guimarães, dono de uma construtora, foi o maior doador da campanha de Siqueira, com R$ 3 milhões. Sua convocação pela CPI do Cachoeira já foi aprovada. Segundo a PF, ele e Cláudio Abreu são os principais parceiros de Cachoeira.

 

Segue a íntegra do requerimento:

REQUERIMENTO 695/2012

 

Requer sejam tomadas providências necessárias à convocação do Exmo. Governador do Estado do Tocantins, Senhor JOSÉ WILSON SIQUEIRA CAMPOS, a fim de esclarecer as denúncias de seu envolvimento com o grupo de Carlos Augusto Ramos.

 

Senhor Presidente,

 

Requeiro a Vossa Excelência, com base no art. 58, § 3º da Constituição Federal, que, ouvido o plenário da Comissão, sejam tomadas providências necessárias à convocação do Exmo. Governador do Estado do Tocantins, Senhor JOSÉ WILSON SIQUEIRA CAMPOS, a fim de esclarecer as denúncias de seu envolvimento com o grupo de Carlos Augusto Ramos.

 

JUSTIFICATIVA

 

Segundo matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, no último domingo, 08 de julho de 2012, quase a metade dos recursos financeiros recebidos pelo comitê do PSDB de Tocantins, na eleição de 2010, veio de empresários que, segundo a Polícia Federal, atuavam em parceria com Carlinhos Cachoeira. De R$ 10,5 milhões de receita declarada à Justiça Eleitoral, R$ 4,3 milhões foram doados por pessoas citadas na investigação da Polícia Federal, na Operação Monte Carlo.

Nas interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, Cachoeira diz a um auxiliar ter um encontro marcado com o governador. Siqueira Campos diz, no entanto, que só houve um encontro "fortuito", sem dar detalhes.

O maior doador de todo o PSDB tocantinense foi o empresário Rossine Aires Guimarães, com R$ 3 milhões, cuja convocação já foi aprovada por esta CPMI. Dono de uma construtora, ele é, de acordo com a PF, o principal parceiro de negócios de Cachoeira, ao lado de Cláudio Abreu, ex-diretor regional da empreiteira Delta.

A reportagem informa ainda que duas empresas do suplente de senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), um dos políticos que mais conversa com Cachoeira nos grampos da PF, doaram R$ 480 mil. Também apontado pela PF como sócio informal de Cachoeira, Marcelo Limírio Gonçalves doou R$ 300 mil. Outros R$ 500 mil chegaram pela JM Terraplanagem, empresa suspeita pela PF de envolvimento com Cachoeira. O sigilo bancário e fiscal da JM já foi quebrado pela CPI.

O Ministério Público vê indícios de favorecimento ao grupo de Cachoeira. Em ação de improbidade de 2011, a Promotoria diz que o governo Siqueira Campos dispensou uma licitação de forma irregular para contratar por R$ 14,7 milhões a Delta, à qual Cachoeira era ligado.

Em face das graves denúncias expostas acima solicito o apoio dos ilustres pares na aprovação deste requerimento.

Sala das reuniões, 09 de julho de 2012.
Deputado Rubens Bueno (PPS-PR)

 

(Assessoria do PPS)

 

 

 

 

 

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