E a Câmara protege os seus: nos bastidores de mais uma luta que Coimbra venceu

Deputado Júnior Coimbra garante permanência no comando do PMDB com mais que uma liminar...

 

A crise no PMDB baixou de temperatura nas últimas 48 horas, quando a intervenção no partido pela nacional passou bem perto de acontecer.

 

Como Júnior Coimbra conseguiu reverter uma situação bem perigosa após as cenas dos últimos dias? Michel Temer resumiu assim a situação para o grupo dos autênticos ao final de mais uma daquelas reuniões sem decisão nenhuma: “A Câmara protege os seus”.

 

Para garantir-se no comando, Coimbra brigou muito. Na tribuna, bateu forte em Kátia Abreu. Com o convite formulado a ela pelo vice-presidente e pelo presidente do partido, com aval da presidente Dilma, criou-se uma situação que a própria senadora terminou de desarmar ontem, quando declinou do convite, de forma definitiva a Michel Temmer e Raupp.

 

Nos bastidores, é sabido que o presidente do Senado, Renan Calheiros procurou a senadora no seu gabinete para reforçar o convite e dizer da importância para o partido em recebe-la.

 

Com a decisão de Kátia em permanecer no PSD – conforme fontes que não querem identificar-se – restou a Coimbra novamente o enfrentamento dos companheiros que não o aceitam na presidência e que sob o comando dele não ficam no partido.

 

O mais expressivo deles é justamente Marcelo Miranda, ex-governador, senador eleito e líder nas pesquisas feitas até aqui para governo.

 

Na última reunião, Temer teria pedido que o grupo dos autênticos conversassem com Coimbra e buscassem um entendimento. “O presidente é muito diplomático, ele evita impor situações”, me disse um dos participantes do encontro. Marcelo Miranda não gostou.

 

O consenso pretendido pelos peemedebistas da cúpula é forçado por duas figuras nacionais que pesam nas decisões do PMDB: Eduardo Cunha e Henrique Alves.

 

Na Câmara, não é segredo, Coimbra tramita bem. Com o discurso violento contra Kátia Abreu, vendeu sua versão dos fatos: a de que seria deposto numa atitude arbitrária para entregar o partido a alguém que chegaria de fora com a exigência de comandar. Foi ouvido.

 

Sem Kátia, os autênticos enfraqueceram nas últimas horas. É tanto, que Coimbra aceita fazer um acordo para lançar chapa consensual. Desde que o presidente seja um dos seus deputados aliados.

 

Na balança, pelo perfil mais equilibrado, a vantagem é do deputado Eli Borges, que admitiu ao T1 Notícias ter sido convidado.

 

“Eu admito discutir com companheiros. Pessoas com quem tenho divergências. Mas não admito perder minha liderança para alguém que está chegando. Isso não”, me disse Coimbra mais cedo num telefonema que está registrado aqui.

 

Resta saber se os autênticos aceitarão o acordo nesses termos. Sem acordo, a eleição será definida por quem tem a maioria dos diretórios. Hoje, quem comanda é quem preside. Um fato indiscutível.

 

Se o futuro do PMDB será o acordo com Coimbra, a debandada, ou um fato novo, ainda não se sabe.

 

O novo pode vir da mesa da ministra Carmem Lúcia. Cabe a ela mandar republicar ou não a decisão do Rced que cassou Marcelo Miranda. Se republicar, devolve a ele o mandato de senador.

 

Como eu sempre digo, o PMDB é uma novela. Com um capítulo novo quase que a cada dia....

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