Ecos da ATM: o balanço das perdas e ganhos da semana para Lélis e Luana

A semana começa ainda sob os ecos da sexta-feira passada, quando o PR de João Ribeiro recebeu na ATM o apoio do PMDB de Marcelo e Dulce

Um discurso forte, oposicionista, marcou na campanha da capital o que pode ser o ponto de rompimento nítido entre o senador e o Palácio. Em que pesem os companheiros em comum pelo interior do Estado.

 

O discurso do senador João Ribeiro, de valorização do apoio recebido na sexta-feira de forma oficial, por parte do ex-governador Marcelo Miranda e da ex-primeira-dama Dulce Miranda, ecoa no meio político a provocar reações diversas, e a pergunta: quanto soma e quanto diminui à imagem de Luana, o apoio do ex?

 

E mais: quanto afasta ainda de forma mais profunda, Ribeiro e seu grupo de origem a estratégia clara adotada na capital de estadualizar o debate em torno das eleições deste ano em Palmas?

 

A semana terminou para o PR com uma perda – a deserção de Lúcio Campelo, que como candidato a deputado arrancou mais de 6 mil votos na eleição passada – e um ganho: o apoio do ex-governador. A presença de Marcelo ao lado de Luana é mais leve neste momento, do que a de Raul, fora dos palanques por decisão dos marqueteiros, que visualizam desgaste em qualquer evidência mais forte desta ligação.

 

Na contabilidade política, no entanto, funciona mais ou menos assim: Marcelo Lélis fechou a semana com um apoio que não tinha: o de Campelo, importante na região Sul. E sem perder nada.

 

Ribeiro levou à Luana o apoio de Miranda, que nos bastidores já vinham em processo de costura desde aquele momento de aproximação entre os dois lá em Brasília, quando o distanciamento do senador com o Palácio Araguaia era nítido, porém ainda reversível.

 

Luana somou um apoio que só poderia ser possível a ela. Ou alguém imagina Marcelo Miranda no palanque de Marcelo Lélis? Não por agora, com certeza.

 

Oposição recente

 

O que o PR está construindo, ao lado dos partidos aliados, é uma postura de oposição na capital, que o credencie a ser alternativa ao projeto político de Lélis, que marcha de mãos dadas com o grupo governista. E de olho em 2014.

 

A primeira contradição é que o casamento feito com as forças políticas aqui não se repete no interior. E a posição de oposição ara Luana é bem recente.

 

A segunda e na minha análise, maior ainda, é o fato de que a campanha é municipal. O posicionamento que a população vai ser chamada a dizer é se avalia bem ou mal a gestão que se despede do Paço Municipal por onde esteve nos últimos oito anos, e não a que se sentou há menos de dois no Palácio Araguaia. Por mais que se tente impor um eixo diverso de discussão.

 

Os ecos do apoio de Marcelo Miranda a Luana são positivos -  especialmente no poder de mobilização popular que dona Dulce dá à campanha dela -  mas ainda há muita coisa para ser digerida e clareada neste debate.

 

Marcelo Lélis tem o apoio do governo, Luana Ribeiro, possivelmente terá o de dois ex-governadores, mas quem disputa a eleição é cada um deles.

 

Eleição é municipal e tem terceira via

 

E detalhe mais que interessante: não estão sozinhos para dividir a população num discurso maniqueísta de bem e mal.

 

Entre eles, se destacando e impondo um outro viés no debate já está nas ruas o empresário Carlos Amastha. Ele que poucos acreditavam ser uma opção viável, está fazendo a sua parte para colocar diante do eleitorado a terceira via. No mínimo já tem o mérito de contrapor idéias com força suficiente para fazer pensar.

 

O resumo da ópera é claro: Ribeiro está mesmo rompido politicamente com os Siqueiras, Luana carregará agora dois bônus e dois ônus (os prós e contras que lhe trazem Raul e Marcelo), e Marcelo Lélis recebe a cada dia que passa novas adesões para um projeto que soa consolidado pela persistência e capacidade de liderança.

 

Este é o quadro pré-programas eleitorais. Vamos ver, a curto prazo, de que mágica serão capazes os marqueteiros nos próximos dias para lidar com este quadro.

 

E a longo, onde este jogo de forças irá levar seus protagonistas na eleição para governo, daqui há dois anos.

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