As eleições da OAB estão em fase de pré-campanha, sem chapas registradas - uma vez que o prazo ainda não chegou - mas já agitam os bastidores da política classista e partidária com a divisão dos grupos dentro da entidade.
O que promete incendiar os bastidores desta vez, é que mesmo fora de período eleitoral - ou véspera dele - o governo decidiu cacifar um candidato: o advogado Gedeon Pitaluga, que desta vez tem demonstrado estar decidido e preparado para ir até o fim da disputa.
Diferente da eleição passada, quando lançou seu nome mas não chegou a registrar chapa compondo com o presidente atual, Epitácio Brandão, quando foi indicado para a vaga de Conselheiro Federal.
Gedeon, que não era próximo de Miranda, contou com a ajuda do concunhado, deputado Ricardo Ayres na aproximação com o governador. Segundo informações de bastidores durante o pedido de apoio recebeu a recomendação de contratar o marqueteiro oficial de Miranda para cuidar de sua campanha: o poderoso Marcus Vinícius. Este, que permaneceu ao lado de Miranda durante os 5 anos de planície, exerce influência notória no governo chegando a cobrar resultados de secretários de Estado - com os quais se reúne em Palmas e às vezes em Goiânia - já indicou equipe para tomar conta do processo, uma vez que não reside no Estado.
Para contratar Vinícius, Gedeon precisou abrir mão do marqueteiro próprio, de sua escolha, que já cuidava da pré-campanha, Djan Henneman, que tem expertise em campanhas da OAB em Goiás e havia sido recomendado pelo ex-presidente Henrique Tibúrcio, secretário do governo Perillo.
Uma saia justa terrível.
Parênteses: esta campanha da OAB caminha para passar longe de tranquila. Basta ver os movimentos de bastidores.
Reunindo chapa independente, desta vez está o advogado Walter Ohofugi, que contratou já na pré-campanha, para assessorá-lo, a agência Public, do marqueteiro Marcelo Silva, que fez a campanha de Sandoval Cardoso. Walter reúne o grupo que não apóia Epitácio, nem quer compor com Gedeon. É tido como um candidato sem grandes condições financeiras, mas bem quisto no meio.
Sem disposição para concorrer à reeleição - um compromisso que havia feito na campanha passada - Epitácio vai cuidar da saúde e reuniu cerca de 50 advogados para lançar o nome da advogada Ester de Castro Nogueira Azevedo, esposa do diretor financeiro, Pompileo. Antes teve o cuidado de consultar Ercílio, que até então afirmava não ser candidato. A mesma coisa foi ouvida pela própria pré-candidata, Ester, quando procurou Ercílio a procura de apoio.
Na reunião, no entanto, o grupo do ex-presidente, tendo entre os mais incisivos o advogado Fernando Rezende e o diretor da Assembléia, Antonio Ianowich, abriu discussão contra o nome indicado por Epitácio. Colocado em votação, Ester foi indicada, mas o grupo saiu rachado. E deixou o recado de que Ercílio será candidato.
Com a necessidade de ter 80 advogados inscritos numa chapa para registrá-la, ninguém acredita que haverão quatro candidatos registrados à OAB.
Devem prevalecer, Gedeon Pitaluga e mais dois. O grupo de Ohofugi garante ter a chapa completa pronta para registro. Os dois grupos restantes podem se aliar ou mantida a cisão, se agruparem em torno de um ou de outro candidato.
A esta altura, resta tentar entender qual pode ser o interesse e o papel do governo numa disputa classista como a da OAB, uma vez que esquivou-se de entrar na briga da ATM, faturada por João Emídio e perdeu a queda de braço da Assembléia Legislativa, onde tinha maior interesse.
Com problemas de sobra para resolver, pode ser uma incursão em águas perigosas, daquelas que gera desgaste. Resta saber mais desgaste para quem.
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