A Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembléia Legislativa se reuniu em uma audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira, 15, com o corpo docente e discente da Fundação Universidade do Tocantins – Unitins para tratar de assuntos relacionados a Universidade, dentre eles a falta de estrutura, questões ligadas ao orçamento, condições de funcionamento dos cursos e a falta de realização de vestibular para a formação de novas turmas.
De acordo com o deputado Eli Borges, que propôs a audiência, é necessário que se discuta questões que envolva a Universidade já que ela é um patrimônio do alunado tocantinense. “Eu percebo que a Universidade ainda tem necessidades, que há uma série de problemas e chegou a hora do parlamento ouvir o corpo docente e discente para fazer acontecer uma Unitins mais forte”, disse o deputado.
Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes – DCE da Unitins, Fabrício Nonato, a classe estudantil necessita de respostas e de comprometimento. “Eu não vejo comprometimento do reitor com os cursos presenciais, queremos autonomia no orçamento já que a Universidade vive de convênios. Aqui no estado, o que se vê é que ao invés de a Unitins ser vista como investimento, ela é vista como gasto”, disse Nonato.
De acordo com o reitor da Universidade, Joaber Divino Macedo, a realidade não tem sido fácil, mas a Universidade não enfrenta as dificuldades que tem sido veiculadas. “Nós não temos dificuldades, por exemplo, em atender os alunos presenciais, eles estão sendo atendidos com sala de aula, laboratórios, professores. Não temos dificuldade nem no modo a distância nem no presencial”, disse o reitor.
Vestibular
Sobre a realização do vestibular, que foi bastante questionada pela classe estudantil, o reitor alegou que o processo não vai deixar de existir, mas que por enquanto ocorrerá uma vez por ano. “Para resolver essa situação em vez de termos dois vestibulares no ano, nós vamos fazer um para reduzir a quantidade de alunos. Desta forma, o vestibular não está acabando, nós só estamos reduzindo a quantidade de vestibulares porque que há grande demanda de alunos”, disse Macedo.
Cadastro reserva
Questionado se a Universidade vai chamar os candidatos do quadro reserva do concurso da Unitins que tem vencimento no mês de janeiro de 2012 o reitor afirmou que não vai chamar o pessoal devido a mudança jurídica da Universidade.
“Nesse ano nós vamos definir a configuração jurídica da Unitins para tornamos ela pública, nós vamos ter que mudar o regime dos funcionários que hoje é seletista e vai ter que mudar para estatutário. Então, com isso não tem sentido convocar seletistas sendo que a instituição vai ofertar ensino público, o regime dos funcionários é um regime jurídico único que é estatutário. Assim, não vou chamar por que o concurso foi feito para um regime e universidade vai passar para outro”, explicou Macedo.
Demissões
Sobre as demissões de funcionários que tem ocorrido na Universidade, o reitor explicou que elas são necessárias para que sejam adequados os corpos discente e docente. “Antes tínhamos 100 mil alunos hoje só temos 20, então esses funcionários não tem mais função, eles não tem mais alunos para atender e o contribuinte não pode ficar pagando essas contas, por isso é necessária as demissões”, informou Macedo.
Prédio definitivo da Unitins
Segundo Macedo, os projetos de construção da sede definitiva da Unitins que haviam sido encaminhados pela gestão anterior para o MEC não foram aprovados, por isso estão sendo refeitos. “Estamos refazendo esses projetos para mandar para o MEC para que eles aprovem e ai aconteça a licitação. Vale lembrar que o MEC já está pronto para liberar o recurso”, informou o reitor
Ainda de acordo com o reitor, a licitação para a elaboração dos novos projetos deverá ser concluída ainda essa semana e os contratantes terão até trinta dias para entregar o projetos. “Assim que recebermos encaminharemos para o MEC para que depois de aprovado a secretaria de Infraestrutura inicie a licitação. O que deve ser levado em conta é que não adianta gastar uma fortuna adaptando um lugar para atender o aluno por um ano e depois mudar para o novo prédio”, frisou o reitor.
Segundo Macedo, o novo prédio será construído com três blocos e um total de 48 salas de aula, laboratórios, biblioteca e área de convivência. A área fica localizada ao lado da UFT e está estimada em 10 milhões de reais, que de acordo com o reitor já estão garantidos pelo Ministério da Educação.
Orçamento
Sobre a questão do orçamento o reitor informou que a Unitins está trabalhando para ter seu próprio recurso. “A autonomia nós já estamos conquistando, estamos participando da elaboração do PPA, vamos participar da elaboração do orçamento e no próximo exercício financeiro a Unitins já será unidade orçamentária. Então isso já está resolvido, esse ano o orçamento para a Unitins está previsto na secretaria de Ciência e Tecnologia e esse orçamento tem sido disponibilizado para a Unitins, não há preocupação com relação a isso”, disse Macedo.
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