Em greve de fome há três dias, mãe de jovem morta há cinco anos quer que caso seja reaberto: inquérito está arquivado

A mãe da jovem Ana Caroline, morta em Araguaína com 21 facadas há cinco anos está fazendo greve de fome desde o último sábado, 19. Segundo Ivanilde, a atitude é para reivindicar que as autoridades reabram o processo que já foi arquivado por falta de...

Ivanilde Tenório Silva, mãe da jovem Ana Caroline, morta em Araguaína com 21 facadas em 18 de maio de 2007, está fazendo greve de fome desde o último sábado, 19. Segundo Ivanilde essa é a forma que ela encontrou para chamar atenção e pedir que o processo seja reaberto. “Vou continuar em greve de fome até quando aguentar, mas já estou muito fraca e emagreci muito. Quero justiça porque os assassinos da minha filha estão soltos por ai”, lamentou.

De acordo com Ivanilde, a família não aprova o seu comportamento e quer que ela volte a se alimentar. “A minha família não aprova a minha atitude, mas essa é uma decisão minha como mãe. Por eles eu já tinha voltado a me alimentar, eles estão tentando fazer com que mude de ideia, mas estou resistindo. Minha vida nunca mais foi a mesma após a morte da minha filha”,desabafou.

A mãe de Caroline cobra ação das autoridades e afirmou, ainda, que vai "lutar até a morte para colocar os assassinos de sua filha atrás das grades". “Eu acredito se houvesse mais investigações esse caso seria solucionado. Porém, com a impunidade esses bandidos devem tá matando mais pessoas por ai. Me sinto triste com as autoridades do Tocantins, mas vou lutar por Justiça até o último segundo de minha vida,” declarou.

 Caso não pode ser reaberto

O caso de Ana Caroline foi arquivado por falta de provas. Segundo o que promotor de Justiça, Benedito de Oliveira Guedes Neto, informou ao Site Roberta Tum enquanto não houver novas provas não há como reabrir o caso. “Sei que há um anseio da população para resolver o caso, mas enquanto não houver provas novas não tem como o processo ser reaberto e até o momento não chegou nada ao nosso conhecimento que pudesse mudar a posição do MPE”, explicou.

Ainda segundo o promotor, o arquivamento do processo é provisório. “O arquivamento definitivo só acontece após a prescrição de um crime que é de 20 anos. A polícia de Araguaína estava mobilizada em resolver o crime só que não foi encontrado nada e infelizmente há casos para resolver aqui na cidade”, finalizou.

 

Possíveis falhas

Na época, o caso foi questionado pelo Ministério Público que apontou falhas na investigação. O promotor de Justiça Diego Nardo alegava que o Inquérito Policial instaurado para apurar o caso padecia de inúmeros vícios. “A cena do crime não foi devidamente isolada. Prova disso é que uma das testemunhas, que furtou o celular de Ana Carolina, voltou à cena do homicídio e, após a perícia ter chegado ao local, pegou a capa da bateria. Também se permitiu que a família da adolescente, à época com 14 anos, limpasse toda a área em que a morte aconteceu e incinerasse o sofá com manchas de sangue”, argumentou o promotor de Justiça na época.

Atualmente

O inquérito policial já passou por oito delegados e foi arquivado em 2011 pelo Ministério Público, por falta de provas contra os apontados pela polícia como autores do crime.

 

Comentários (0)