Em novo momento de parceria, Estado pode financiar obras do transporte em Palmas

A semana que passou foi marcada por alguns marcos interessantes em Palmas, quase um ano após as eleições de 2012...

Siqueira com Amastha: primeira vez no ano
Descrição: Siqueira com Amastha: primeira vez no ano Crédito: Divulgação

 

Um destes atos simbólicos, foi o encontro entre o governador Siqueira Campos(PSDB) e o prefeito da capital, Carlos Amastha(PP). Nos bastidores anteriormente, o prefeito não escondia de ninguém a insatisfação em não ter sido recebido pelo governador até aquele momento. Vinha tratando seus assuntos sempre com Eduardo Siqueira, secretário de Relações Institucionais.

 

No Palácio Araguaia o encontro foi para fazer a aproximação entre Estado e Município em torno de um projeto faraônico pela extensão e custo. Para a prefeitura, trata-se de implantar o BRT, nos moldes projetados pelo presidente do IPUP. Para o Estado o prometido metrô de superfície, objeto de inúmeras conversas entre o governo e os espanhóis, intermediado por Divaldo Rezende, cujo projeto já existe.

 

Para não haver divisão dos esforços em duas frentes, com objetivos similares, e buscando dinheiro alto, nada melhor do que prefeito e governador sentados em torno da mesma mesa, não é mesmo?

 

É neste cenário que o Estado, via Eduardo, acenou com a possibilidade de buscar os recursos e assumir o financiamento das obras que serão necessárias para implementar um moderno sistema de transporte na capital. Que inclui cinco grandes terminais de passageiros.

 

Pano rápido.

 

Nos bastidores é sabido que Siqueira resistiu por muito tempo a aproximação com Amastha, em parte pelos resquícios da campanha do ano passado, em que o então candidato não lhe poupou críticas bem ácidas. Por outro lado o governador tinha para com o deputado Marcelo Lélis, além da consideração, o cuidado em não melindrá-lo, nem passar a falsa impressão de estar acolhendo o adversário em detrimento do companheiro.

 

Como se sabe, esta página foi virada com o anúncio de independência de Lelis e seu natural distanciamento do governo. Por último, o presidente do PV votou contra a federalização do HDT, projeto defendido pelo governo e também votou pela aprovação das contas de Marcelo e Gaguim.

 

Aliás, sobre este assunto, espantou a alguns parlamentares a posse de Kaká Nogueira na Seinfra logo em seguida a sessão tumultuada que Sandoval Cardoso conduziu com muita tranquilidade e frieza. “Impressionante, a fatura foi paga no mesmo dia”, ouvi de parlamentar.

 

Fecha parênteses.

 

Entre os movimentos da semana passada esteve uma decisão interessante do TRE: a rejeição do pedido de Rced de Carlos Amastha, que saboreou a vitória no Twitter, bem ao seu estilo: ironicamente.

 

O prefeito da capital aproveitou também para “sambar” sobre a proposta da senadora Kátia Abreu de definir legalmente limites para a contratação de cabos eleitorais. Sem citar nomes, ironizou a proposta de Kátia e a comparou ao projeto Ficha Limpa de Marcelo Lélis, relembrando que a decisão de primeira instância na ação que move contra o deputado foi favorável a ele. O que, em última instância, caso mantida, pode gerar ilegibilidade ao deputado estadual.

 

Marcelo Lélis respondeu Amastha em seu perfil do twitter, sem no entanto citá-lo nominalmente. Apenas disse que seria melhor se certas pessoas se preocupassem mais em trabalhar.

 

O que fica claro para o observador mais atento é que a troca de farpas revela que pelo menos para os dois adversários de 2012, a campanha ainda não é página virada.

 

No campo partidário, as mágoas de um e o inconformismo do outro com o resultado continuam rendendo farpas. Na realidade, Amastha guarda contra Lélis o ressentimento pelos ataques a sua origem durante a campanha, que considerou xenofóbicos. O ressentimento contra a senadora tem origem praticamente igual, mas é mais antigo. Sem virar a página, o prefeito toca sua campanha pessoal contra os dois.

 

Na outra ponta, no entanto, a página parece que será virada sob o ponto de vista institucional.

 

“Quem sabe agora ele para de falar mal do governo para as comitivas de empresários que vão visitá-lo”, me disse um membro do primeiro escalão do governo, sobre o comportamento de Amastha.

 

Quase um ano depois da última eleição e faltando pouco mais de um ano para a próxima, seria bom para a cidade que aqueles que comandam as duas máquinas administrativas falassem a mesma língua. Pelo menos profissionalmente.

 

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