A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Trabalho Escravo no Brasil realizou na tarde desta terça-feira, 8, reunião de audiência pública com a participação de três ex-ministros da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República: Nilmário Miranda, hoje presidente da Fundação Perseu Abramo e Conselheiro de Anistia do Ministério da Justiça; Mário Mamede Filho, atualmente superintendente do Instituto de Previdência de Fortaleza; e Paulo de Tarso Vannuchi, diretor do Instituto Lula.
O objetivo da audiência pública de hoje segundo o 1º Vice-Presidente da Comissão, deputado federal Júnior Coimbra (PMDB), foi discutir as principais causas que possibilitam o trabalho escravo no Brasil e quais as políticas públicas que devem ser implantadas para prevenir e combater o trabalho escravo moderno.
Para Coimbra, a raiz do trabalho escravo está na extrema pobreza. “Precisamos combatê-la com políticas públicas eficientes para acabarmos de vez com o trabalho escravo contemporâneo no País”, afirmou.
Segundo o ex-ministro Mario Mamede Filho, que dirigiu a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República por cinco meses, um dos principais responsáveis pela escravidão são os aliciadores de mão de obra, mais conhecidos como “gatos”, que atuam de maneira sistemática, aproveitando-se da miséria das pessoas no campo.
O ex-ministro explicou que “os gatos” fazem a captação e levam os operários para os locais onde serão explorados. “Os trabalhadores já chegam endividados, pois tem de pagar o transporte, a alimentação, além dos instrumentos de trabalho”, disse.
Os outros debatedores destacaram serem necessárias novas políticas no combate a esse problema.
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