Em Taquaruçu, Operação Responsabilidade orienta menores em situação de risco: três adolescentes foram encaminhadas ao Juizado

A Operação Responsabilidade foi realizada no distrito na tarde desse domingo, 4, pelo Juizado de Infância e Juventude em parceria GMP, PM e agentes de fiscalização da Secretaria de Finanças. Na ocasião, mais de 28 adolescentes foram surpreendidos se...

Em Taquaruçu, na tarde desse domingo, 4, foi realizada pelo Juizado de Infância e Juventude a Operação Responsabilidade, em parceria com a Guarda Metropolitana Municipal- GPM, Polícia Militar-PM e agentes de fiscalização da Secretaria Municipal de Finanças. Jorlan de Castro, agente de proteção do Juizado, explicou que o objetivo da ação é retirar todos menores expostos a situações de riscos no local.

"Após várias denúncias feitas pela sociedade que reclamou do som automotivo na Praça Macaraípe viemos revificar a situação. O que percebe é que a exposição de adolescentes nestes ambientes é cada vez maior", afirmou o agente.

Segundo Castro, muitos jovens vão para praça aos fins de semana atraídos pelo som dos carros e como o local cercado por bares os mesmos ficam expostos ao consumo de bebidas, uso de drogas e prostituição. “ Queremos garantir a segurança dos adolescentes e é nosso dever tirá-los das situações de riscos. É um trabalho feito de acordo com as Portarias e aqui em Taquaruçu têm ocorrido muitas ameaças aos menores. Ainda estamos fazendo um trabalho educativo, mas essa operação vai continuar e a partir do próximo fim de semana já haverá penalidades”, informou.

Sem documentação

A equipe do Site Roberta Tum acompanhou a operação e nas diversas abordagens mais de  28 adolescentes foram surpreendidos sem documento de identificação. Três adolescentes foram encaminhadas ao Juizado para que os pais fossem buscar e a menor J.B.C, 16 anos, foi levada a casa da mãe após ser abordada em um bar sem autorização do responsável e com pessoas que consumiam bebidas alcoólicas.

Mãe explica

A doméstica Lucidalva Dias Barbosa, mãe de J.B.C, explicou que a menor iniciou um namoro em dezembro de 2011 e desde então o comportamento da adolescente mudou. Segundo contou, logo em seguida a filha saiu de casa e não explicou quais seriam os motivos. “Depois do Natal ela não voltou mais para casa, ficou muito rebelde, não quis mais estudar e o que eu fico sabendo é que cada dia minha filha está em um bar ou uma festa diferente”, afirmou.

Ao ser questionada sobre como iria agir caso J.B.C decidisse sair de casa novamente, Lucidalva, emocionada, revelou que ela não sabe o que fazer, pois é uma opção da filha. “Eu não sei o que fazer. Ela que vai decidir, eu não posso fazer nada, chega um momento que não tenho como proibir”, argumentou.

Pais não sabem onde menores estão

Das três menores que foram conduzidas até o Juizado, duas foram abordadas no carro de um homem de 46 anos que ao ser parado questionou a operação, alterou a voz e se monstrou agressivo após as menores de 14 e 15 anos serem convidadas a descer do veículo. O agente de proteção entrou em contato com os pais das adolescentes que afirmaram não ter autorizado às mesmas estarem naquele local.

Castro contou ao Site RT que as adolescentes disseram aos pais que iriam para um aniversário e a outra iria para igreja. “É comum mentiras, no caso dessas jovens disseram aos pais que iriam ao aniversário de uma amiga e a outra que iria para igreja. Isso preocupa os responsáveis e aumenta ainda mais nossa responsabilidade”, ressaltou o agente.

População reclama

Entre as principais reclamações dos moradores que tem residências localizadas próximas a praça, é que são os mais encomodados com o volume alto do som e que são vítimas da marginalidade que tem crescido no Distrito. O Site RT ouviu a dona de casa Leila da Silva que informou que sua mãe já é bem idosa e mora com duas irmãs portadoras de necessidades especiais e uma criança de sete anos e aos fins de semanas não conseguem dormir po causa do barulho.

“São pessoas que precisam de descanso, o som é muito alto. Minhas irmãs são deficientes mentais e minha mãe já está com a idade avançada e todo fim de semana a mesma cena se repete. Diversas vezes acontecem brigas e correm para porta da minha casa. Somos reféns do perigo”, afirmou.

Polícia Militar

O Tenente Gomes, da PM, explicou que o som alto infringe diversas leis. “É considerada como perturbação da paz, poluição ambiental, violação dos direitos humanos. Entre as penalidades estão aplicação de multas, apreensão de veículos, detenção dos responsáveis e os culpados. No caso de causarem alguns danos são obrigados a repararem os prejuízos”, afirmou.

Na ocasião, foi realizada uma blitz que também teve o intuito de orientar os motoristas e várias irregularidades graves foram constatadas como falta do uso do cinto de segurança, ausência de equipamentos obrigatórios, embriaguez, motoqueiros com capacetes danificados e crianças sem o uso do capacete.

Uma caminhonete usada para transportar trabalhadores da zona rural foi surpreendida carregando oito crianças menores de seis anos na carroceria. O motorista afirmou reconhecer o perigo, mas não possuir outro meio de transportar os menores. Três multas foram aplicadas e uma carteira de habilitação recolhida.

Garantindo sossego

De acordo com o supervisor da GMP, CC Fernandes, a Operação é um trabalho que visa devolver a paz e o sossego aos moradores. “Vamos fiscalizar a e autuar quem desobedecer. Estamos percorrendo os bares e fazendo a aferição do volume, a primeira visita é só para alertar, a segunda será a punição com a multa e a proibição de ligar o aparelho novamente. Nosso compromisso é garantir a paz e o sossego de volta desses moradores”, afirmou.

Comércios irregulares

Os agentes de fiscalização estiveram nos principais bares que estavam funcionando próximo a praça e foram identificadas as mesmas irregularidades nos quatro estabelecimentos visitados. De acordo com os agentes, apenas um estava com a documentação correta, os demais não possuíam alvará de funcionamento e todos foram alertados das penalidades que podem sofrer.

Em Taquaruçuu a Operação Responsabilidade contou com a presença de oito agentes de proteção, sendo no total 26 agentes. Os demais estavam em diversos locais da Capital, distribuídos na região norte e sul. Em Palmas, em pesquisa realizada pelos agentes,  foi identificado aproximadamente 2.490 locais que vendem bebidas alcóolicas.

(Thaise Marques)

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