Digo, para quem trabalha o dia inteiro para me referir aos servidores que atuam em hospitais, por exemplo, que não param. Em postos fiscais, que funcionam o dia todo. E outros postos de serviços que não os burocráticos.
Os que estão dentro das secretarias e repartições públicas em geral já têm o benefício da jornada reduzida enquanto durar o desnecessário horário de verão.
O dilema do governo, nesta quinta-feira, 6, é, a grosso modo, o mesmo dos servidores estaduais, com direito ao pagamento da data-base: ser compreendido. Não está fácil. Simplesmente por que discurso e práticas do governo são contraditórios.
Exemplo: numa hora o Estado está endividado demais para pagar seus compromissos. Noutra hora tem capacidade de endividamento para contrair empréstimos e financiamentos nacionais e internacionais.
Numa hora, o governo chama uma coletiva para anunciar sua incapacidade de cumprir compromissos com fornecedores e prestadores de serviços devido à frustração das receitas.
Noutra hora projeta um orçamento ainda maior do que o deste ano, que mostrou-se superestimado como aquele que Carlos Gaguim deixou encaminhado no fim de 2010. E que foi objeto de tantas críticas dos interlocutores do governo. Justamente por que é em cima deste "bolo" que se projetava índices a serem repassados ao judiciário, legislativo, MPE e Defensoria Pública.
O governo é contraditório no discurso. E é isto que acende o sinal de alerta da credibilidade que pretende junto à opinião pública para dizer que não paga a data-base por que não pode. Não tem caixa. E precisa novamente de um adiamento, e de um parcelamento. A gestão atual, corre o risco de consolidar no imaginário coletivo a imagem que já carrega, de ser antipática aos servidores públicos, e resistente ao cumprimento de leis que garantem seus direitos.
Servidores também precisam se fazer compreender
O dilema dos sindicatos de servidores nesta quinta-feira, 6, é o mesmo: fazer-se compreendido.
Todos sabem que a data-base é direito adquirido. Mas há pelas ruas um sentimento de que o servidor público, entre todos os trabalhadores tocantinenses é um servidor de primeira-classe, privilegiado.
E por quê? Por que têm a estabilidade que o trabalhador da iniciativa privada não tem. Por que têm o plano de saúde que nem todos têm. Por que tem a carga reduzida que o trabalhador comum não tem. Por que está lutando para receber de uma vez e logo a correção inflacionaria da data-base, ao invés de aceitar o parcelamento.
É uma briga equilibrada no negativo que cada parte projeta para que a sociedade interprete e tome posição. Quem se fará melhor compreender? O governo do Estado que tem um staff de comunicação reforçado e bem pago para gerenciar crises? Os sindicalistas e servidores públicos comuns?
É esperar para ver.
No mais, a sociedade se incomodará de fato quando deixa rde ser atendida nas suas necessidades e demandas que cabe às estruturas governamentais atender.
Na hora que em os serviços básicos pararem, é que saberemos do lado de quem ficará o cidadão. Se solidário ao servidor que cobra direitos. Ou ao governo que não paga por que diz que não pode.
Comentários (0)