Evely Póvoa faz desabafo em nota à imprensa

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Quando propus colocar o meu nome à disposição para pleitear a presidência da UVT, meu objetivo maior era o resgate do prestígio e do fortalecimento dessa agremiação,  cuja diretoria eleita para o biênio 2007-2009 que recebeu a mesma interferência da secretaria de governo, termina sua gestão com apenas 41 das 85 câmaras filiadas à época da eleição. Numa entidade forte e consolidada cujo objetivo não fosse a rinha partidária nem o trampolim políticoe tivesse a confiança e a credibilidade de seus associados a situação seria diferente: teríamos, no mínimo dois terços das câmaras filiadas.

Quando fui convidado pelo secretário de governo para retirar meu nome e compor a chapa adversária e não aceitei, não foi por arrogância nem por querer desafiar um secretário ou até mesmo o palácio. Eu não aceitei, foi porque já havia visitado praticamente todas as câmaras, ouvindo dos colegas interioranos o desejo de mudança e de fortalecimento de uma entidade que hoje não vive de sua própria renda, que seria a receita oriunda das filiações. Eu não aceitei, é porque discordo da forma autocrática exercida naquele momento em que se propunha fazer o “chapão”, a unanimidade burra como diria Nelson Rodrigues. E passaríamos por um processo monocrático, votando “sim” ou “não”.

Mas não foi assim que aconteceu. Com a persistência e autenticidade da chapa “A Verdadeira Força do Interior”, composta por vereadores autênticos e independentes, demos aos filiados, a oportunidade de escolher o que seriamelhor para a entidade. E certamente, se tivessem deixado a critério dos vereadores, eles teriam escolhido nossa chapa, que trazia em seu bojo, as propostas que realmente iriam tirar a UVT da estatização. Teríamos o estadocomo nosso parceiro, e não como nosso mantenedor, pois está na Constituição Federal: “A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento” (CF 1988, Art. 5º, XVIII).

Nossa chapa foi resistente e forte, pois em vez de termos como adversário somente a chapa opositora, tivemos: o atual presidente da entidade, a secretaria de governo, e o que é repudiável, a estrutura da própria instituição. A instituição da qual sou filiado usou sua estrutura para me derrotar. Distribuiu seus funcionários em pontos estratégicos, para, no modo mais baixo da chantagem angariar votos.

Em cada seção havia um batalhão com o nome e a foto de cada vereador, para, a partir dali, identificá-los, já que era impossível conhece-los senão lançando mão de suas fotos divulgadas na internet. Conosco era diferente,chamávamos o vereador pelo nome, porque já o tínhamos visitado por duas ou três vezes, e se tivéssemos sido vitoriosos iríamos nos encontrar outras várias dezenas de vezes.

Durante todo o dia de votação, recebemos ligações de vereadores lá das seções mais distantes falando com tristeza que não poderiam mais votar em nós, pois se caso votassem, teriam seus recentes mandatos conquistados com dignidade, cassados por infidelidade partidária. É repudiável, é inaceitável.

Prova disso, é que ganhamos em Palmas (38 a 36), em Paraíso (19 a 06), Cachoeirinha (15 a 12) e São Félix (13 a 04) e empatamos em Dianópolis (20 a 20). Quanto à declaração do nosso oponente em dizer que o governo nãointerferiu,  acho que o mesmo foi infeliz nas suas palavras, pois tal interferência é explicitada pelo secretário de governo, no mesmo veículo de comunicação - Blog da Tum quando afirma: “Esta é uma demonstração de força do governador Marcelo Miranda , que prova aos nossos adversários que o governo está vivo e atento”.

Está nas vistas dos cegos, que era uma questão de honra do governo fazer uma intervenção no processo eleitoral da UVT e tirá-la de nós a todo custo.Chego a interpelar alguns companheiros: não seria o momento de criarmos uma associação verdadeiramente dos vereadores? Não seria o momento de discutirmos e instituirmos uma associação que colocasse como prioridade os interesses dos vereadores ao invés de interesses partidários e rixas partidárias?

Sei que se isso acontecesse, não estaríamos tentando desestruturar a UVT, pois não se desestrutura aquilo que já perdeu seu sustentáculo. Aos nossos companheiros de chapa, incansáveis, a  todos os demais companheiros, que mesmo não fazendo parte da chapa dispuseram integralmente seu precioso tempo a percorrer este estado conosco, e a todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente com nossa humilde, mas determinada campanha,  do fundo do coração e de nossa alma, nossos sinceros agradecimentos.

À imprensa, nosso muito obrigado pela cobertura imparcial. Vocês da imprensa fazem parte da história democrática deste país, e neste processo se sucessão da UVT não foi diferente.

Um forte abraço.

EVELY PÓVOA

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