Fim das comissões de passagens aéreas pode abrir novos horizontes para agências

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis), encomendada pelo Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP), mostra que um número significativo de consumidores está disposto...

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis), encomendada pelo Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP), mostra que um número significativo de consumidores está disposto a pagar por muitos dos serviços de consultoria, cada vez mais sofisticados, oferecidos pelas agências de viagens. Duas pesquisas, uma quantitativa, com os consumidores e outra qualitativa com os agentes de viagens, foi apresentada pelo diretor técnico do Ipeturis, Luiz Renato Ingnarra, durante coletiva com a imprensa, nesta quarta-feira, 6, no restaurante Le Casserole, em São Paulo.

Os estudos, “Remuneração das Agências de Viagens” e “Hábitos de Compra das Viagens”, mostram o pensam os dois lados da relação agência/consumidor. Diante do fim das comissões pagas pelas companhias aéreas, consideradas por 64% das agências pesquisadas, como sua principal fonte de receita, o presidente do Ipeturis, Ilya Hirsch, comenta que os números desafiam o setor a descobrir novos modelos de negócios e a investir em tecnologias de atendimento e marketing, novos produtos e, ainda, na própria valorização da atividade. As companhias aéreas vinham reduzindo as comissões pagas às agências pela venda de passagens, paulatinamente desde 2001, mas em 2010 o serviço deixou de ser remunerado completamente por várias companhias.

A percepção de que o suporte das agências merece remuneração é considerável. De acordo com o levantamento, 37% de todos os entrevistados estariam dispostos a remunerar os serviços prestados pelos agentes. O trabalho de buscar para o cliente o menor preço dos produtos de viagem é altamente valorizado, por 91% dos consultados, sendo que 51% o definiram como muito importante e 40% como importante.

Ainda no levantamento com os consumidores, 49% consideram como importantes a disponibilização de informações sobre destinos, apontadas como muito importante para 37% dos entrevistados. Outra informação importante é que 34% dos pesquisados, ou seja, um terço dos entrevistados aceitaria pagar para recebê-las. Com relação aos serviços de reserva, esta taxa é ainda maior, quase a metade dos entrevistados pagaria por ele, 48%.

Alerta

Os resultados da pesquisa também fazem alertas importantes tais como a agência que não trabalha com cartão está restrita a 22% do mercado; e como 52% das passagens aéreas, das agências e companhias aéreas, já são vendidas pela internet, é muito importante investir nos ambientes online. “No momento em que ficam claras as oportunidades que as agências de turismo possuem para agregar fonte de receita, com base na autoconfiança que decorre do reconhecimento de que os seus serviços são importantes ou muito importantes para quase a totalidade dos atuais e virtuais consumidores, novos horizontes de prosperidade poderão ser vislumbrados”, destacou o presidente do Sidetur-SP, Eduardo Nascimento.

A pesquisa, junto aos agentes, entrevistou representantes de 211 agências de viagens – 150 na cidade de São Paulo e 61 no interior e litoral. A segunda ouviu 608 consumidores, apenas passageiros regulares – que viajam mais de três vezes por ano -, maiores de idade, nas salas do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Mais informações www.agenciaamigo.com.br. (Conceição Soares – colaboração de São Paulo/SP)

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