Fim de governo, novos mandatos e uma reformulação

Amigos, o governo que termina em 31 de dezembro caminha para o seu final protagonizando a cada dia um espetáculo deplorável sob o ponto de vista administrativo. Esperança caminha com os novos...

Assistimos nesta reta final de governo uma paralização de serviços públicos por dificuldades financeiras e de gestão da máquina administrativa.

 

O maior problema vivido pelo tocantinense hoje, no que toca à responsabilidade do Estado, é o da dificuldade de acesso aos serviços de Saúde. É caótica a situação no HGPP, principal hospital do Estado. Seres humanos desfilam suas tragédias pessoais nos corredores, tendas, leitos em que aguardam solução para suas dores. São cidadãos reduzidos ao mínimo da condição humana, mantidos alí simplesmente para esperar.

 

Profissionais de saúde paralisam atendimentos por não receberem do governo, o que lhes é devido pela prestação dos seus serviços. E novamente falta comida nos hospitais, para funcionários -  como aconteceu no Hospital Dona Regina no começo desta semana – como se não bastasse a dificuldade até de escolas em fornecer alimentação a alunos. Fato este verificado na redução do horário e dispensa de estudantes mais cedo, no Colégio Militar, para ficar num exemplo.

 

Falta combustível suficiente para que carros oficiais cumpram seu papel, na Adapec, responsável por acompanhar a vacinação do gado tocantinense. E quanto tempo demoramos para sair de uma zona de risco da aftosa...

 

Em meio a este cenário assistimos a recontratações, ou melhor, novas nomeações de servidores públicos, após a exoneração em massa promovida pelo governo.

 

É uma gestão com enormes dificuldades, provocadas sem dúvida, não só pelas falta de planejamento, mas por superestimar orçamento e pela dificuldade em cortar na carne: reduzir despesa à capacidade de receita.

 

Os novos mandatários

 

Para enfrentar esta situação, o tocantinense escolheu novos mandatários. Trocou o grupo que comanda o Palácio Araguaia, antes da situação caótica se agravar. Renovou em mais de 50% a Assembléia Legislativa – muito embora alguns deputados tenham optado por disputar outros mandatos, abrindo suas vagas – e também renovou em 50% a bancada federal tocantinense.

 

É nestas pessoas, eleitas e reeleitas que o eleitor, cidadão comum, deposita sua fé em um momento de recuperação do Tocantins.

 

Ainda assim, não há como negar que exista um esgotamento do modelo político vivido no País, com uma consequente descrença do leitor/eleitor, também no modo de se fazer política no Estado.

 

Uma renovação necessária

 

Fazendo um jornalismo crítico, que vem se opondo há mais de um ano à decisões importantes tomadas pelo governo que conclui seu mandato em dezembro, nós no T1 Notícias nos expusemos a ser rotulados como  “veículo de oposição”.

 

E na verdade, esta foi uma postura consciente, pensada e escolhida diante da realidade vivida pelo Tocantins. Não para fazer oposição partidária, mas oposição a posturas.

 

Tive o discernimento e a coragem de combater já no começo do governo Siqueira Campos, a dispensa de licitação para fazer recuperação de estradas. Nesta leva, incluíram por exemplo a Delta, no trecho Palmas/Paraíso. Empresa mergulhada em escândalos que viriam a se aprofundar em seguida.

 

Foram vários momentos em que nos opomos a práticas claramente anti-democráticas, e até ilegais. Como a evidente montagem de processos na Secretária da Educação, para dar ares de legalidade a obras que já haviam sido iniciadas. Ou a polêmica reforma do Palacinho, onde utilizaram mão de obra da própria Seduc, “agradecida” pela empresa que faturou a obra, num churrasco de inauguração.

 

Mas o pior deste governo sem dúvida foi o rombo do Igeprev. É o grande câncer, a marca da gestão, só comparável à incompetência em montar os projetos (hospital de Gurupi) ou tocar as obras (hospital de Araguaína), muito atrasadas, tanto tempo depois dos recursos levantados.

 

A corrupção tomou conta de setores importantes do governo como o Naturatins e o Itertins, mas foi tratada com superficialidade. E as denúncias que recebemos aqui jamais foram esclarecidas com a necessária rigidez e eficiência.

 

A opção em escancarar tudo isso, pode ter nos rendido o rótulo que carregamos e em algum momento restringido a leitura dos nossos textos pelos partidários cegos do governo que termina. Não tem problema. A vida é feita de escolhas e o jornalismo também.

 

Encerrando este ciclo, antes que o novo governo comece, tomo a decisão de limpar a pauta, reduzindo este espaço de opinião a um artigo por semana, até o mês de janeiro, mudança de governo.

 

O T1 Notícias não é nem será partidário. Nossa opção será sempre pelos interesses da comunidade, na missão de dar voz aos que normalmente são "invisíveis"para o poder público. Um jornalismo útil, mas sempre com o viés do olhar crítico. Assim também será com a nova gestão que se prepara para assumir o comando do Estado.

 

Neste período de transição, faremos também a reformulação editorial necessária para reencontrar os temas de interesse do público leitor. O antigo domínio, robertatum.com.br se desvinculará do Portal T1 Notícias até o final de fevereiro, passando a exibir outro conteúdo. E o Portal T1 seguirá seu desafio de crescer para uma cobertura mais ampla, regional, e não só local.

 

Até lá, vamos conversando por aqui, sempre às segundas-feiras, num espaço legítimo de opinião fundamentada sobre a realidade do Estado. Os bastidores continuarão abordados em textos jornalísticos no espaço dedicado à notícia.

 

Temos todos que procurar ser melhores: avançar, evoluir e corrigir erros. De nossa parte é o que faremos. E esperamos o mesmo dos gestores públicos e representantes populares eleitos para cuidar do nosso Estado.

 

Até segunda!

 

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