Geovane e Chaves afirmam que deputados que votarem a favor serão considerados "persona non grata": parlamentares reagem

Após a ACS e a APBMETO enviarem um manifesto com cunho de ameaça aos parlamentares da Assembléia, outras 11 associações de militares emitiram uma nota de repúdio às afirmativas do manifesto. No documento, os presidentes das 11 associações afirmaram ...

Um manifesto foi enviada aos parlamentares pelos presidentes da Associação de Cabos e Soldados do Tocantins – ACS/TO e da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Tocantins – ASPBMETO, contra os Projetos de Leis que tramitam na Assembléia que dispõem sobre alterações na estrutura militar. O teor do manifesto teve como objetivo informar que será promovido homenagem ao parlamentar que votar contra ou a favor dos Projetos do Governo, por meio de título benemérito ou persona non grata.

“O título de persona non grata não impede que o Parlamentar adentre nos Quartéis, por exemplo. No entanto, a presença de um sujeito com este perfil em um local que o tem como “não agradável” ou “não bem-vindo” se dá por sua conta e risco. Ou seja, caso seja declarado “não bem-vindo”, o Parlamentar será o único responsável pelo que possa ocorrer com ele nos Quartéis militares. E não poderá reclamar, depois”, consta na nota.

Sobre a manifestação, o deputado Raimundo Palito (PP), destacou que as associações “fizeram tudo aquilo que a democracia não exige”, e pediu que o deputado Raimundo Moreira (PSDB), remetesse às autoridades competentes para que a democracia seja respeitada. O deputado informou que não está contra o manifesto, mas contra a maneira como foi apresentado.

“Eles ameaçaram e me manifesto contra aqueles que assinaram esta nota, pois tal atitude configura o pensamento de pessoas que ainda não saíram da ditadura”, destacou o deputado José Bonifácio (PR).

Moreira repudia atitude das associações

Após a apresentação do referido manifesto, o presidente da Casa, deputado Raimundo Moreira (PSDB), em nome do Parlamento, em nota pública, lamentou e repudiou a nota de manifesto da ACS/TO em conjunto coma ASPBMETO, “que ameaçam claramente a integridade física dos deputados e ferem princípios democráticos do livre debate”.

Consta na nota que “os deputados reforçam mais uma vez o compromisso de defender o Estado Democrático de Direito e levar à exaustão as discussões em prol da melhoria, não só da corporação militar, mas também das condições de vida de todos os tocantinenses”.

Associações enviam nota de repúdio ao manifesto

Em resposta ao manifesto da ACS e da ASPBMETO, 11 associações de militares encaminharam uma nota de repúdio à atitude das duas entidades. Consta na nota que: “Nós presidentes das Entidades representativas dos militares repudiamos veementemente aquela atitude haja vista que sempre pautamos pelo respeito ao próximo”.

No documento, os presidentes das 11 associações manifestaram que as palavras constantes no documento apresentado na sessão desta manhã, não condizem com a opinião e vontade dos militares. “Ações como essa infame carta são isoladas e tem apenas cunho político-eleitoreiro”, destacando ainda que o interesse dos dois presidentes “é tumultuar todo o processo”.

Após o recebimento da nota de repúdio, o deputado Raimundo Moreira, destacou que os deputados mantiveram a cabeça erguida. “Temos a certeza de cumprir sempre bem o papel da Casa onde se respira a democracia”, finalizou.

Assinaram a nota de repúdio os representantes da: AFOPMETO,ASMIR, ASSPMETO, ASPRA/BMTO, ASPRA/PMBMTO, ACSP-TO-Paraíso/TO, ASSICASOL –Guaraí-TO, ACSC – Colinas/TO, AICS – Araguatins/TO, APA – Araguaína/TO eABM/TO.

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