Gomes peita Halum, Siqueira se lança para acalmar crise e PRB adia convenção

Nem tudo são flores no staff governista, embora tentem fazer parecer. Anúncio de candidatura de Siqueira ao Senado vem após crise intensa entre Eduardo Gomes e a ala que defende César Halum...

Halum: insatisfeito, adiou convenção
Descrição: Halum: insatisfeito, adiou convenção Crédito: Divulgação

Amigos, a confusão criada dentro do staff governista nos últimos dias com a disputa por espaço entre os deputados Eduardo Gomes e César Halum na preferência pela vaga de Senador na chapa do governador Sandoval Cardoso, desaguou nesta quarta-feira no anúncio do ex-governador Siqueira Campos de que disputará o Senado.

 

Foi uma forma de contornar o que se avizinhava a maior crise no grupo desde abril. E de terminar a carreira de outra forma, que não com a renúncia.

 

O que ninguém diz: Siqueira estava inconformado ao longo dos últimos dias em ter renunciado para viabilizar Eduardo e o gesto ter sido usado para construir a candidatura de Sandoval. Fontes de bem perto do ex-governador garantem que ele emagreceu, entristeceu e vinha ficando mais em Brasília nos últimos dias.

 

Corre também que o assunto rendeu grandes dissabores familiares. Siqueira teria ido às lágrimas, considerando tudo o que aconteceu uma das maiores traições sofridas na vida. Desta vez, dentro de casa.

 

O anúncio da candidatura ao Senado, da qual de fato refluiu, veio no entanto por outros motivos: a guerra interna travada entre o deputado Eduardo Gomes(SDD) que defende seu direito à disputar ( uma vez que já abriu mão pelo menos duas vezes em nome da unidade do grupo); e de outro o grupo de novos aliados, que quer uma chapa leve e justamente por isso defendia o nome de César Halum.

 

Parêntese.

 

Ronaldo Dimas, aliado importante para o governo em Araguaína, lançou o nome do vereador e presidente da Câmara na cidade Marco Marcelo a federal para cumprir o compromisso com o PR Nacional de eleger um parlamentar.

 

Vem costurando apoios para seu candidato por todo o Estado, entre os candidatos a estadual do PR.

 

Alçando Hallum à chapa majoritária, abriria espaço para Marco Marcelo. E César Halum já estava convencido.

 

Tanto que, na demora do anúncio oficial de seu nome, articulou ele próprio o lançamento de seu nome para os próximos dias. Uma grande reunião inclusive estava agendada para esta noite de quarta-feira em Araguaína.

 

A carta de Siqueira foi o balde de água fria que faltava.

 

Uma nota da assessoria de Halum enviada aos veículos de comunicação esta noite informa que a convenção do PRB foi adiada para a próxima semana. E as coisas já não estão tão certas como antes no quartel de Abrantes.

 

Eduardo Gomes não aceitou ser preterido de novo

 

O que vai nos bastidores é que Eduardo Gomes – de fato o dono do Solidariedade junto à cúpula nacional – teria chegado até a ameaçar retirar a legenda de Sandoval se fosse novamente preterido.

 

O que teria feito com que Siqueira se apressasse em evitar o esfacelamento do grupo.

 

O problema é que nem só César Halum está insatisfeito. Embora poucos tenham coragem de dizer, o sentimento no grupo é de que a presença ex-governador na chapa envelhece a bandeira de Sandoval : “virar a página dos primeiros 25 anos de história do Estado, e começar outra”.

 

Na prática, complica a campanha. Sandoval, conforme gente próxima, preferia outra composição.

 

Para efeito do grande público no entanto, não esperem confirmação de nada disso. A comunicação da chapa governista vai no sentido de dizer que tudo são flores e que Siqueira caminhará para o voto de gratidão, “por tudo que fez pelo Estado”.

 

Muito embora que diga em sua carta que é ele quem é grato e por isso vai “se sacrificar”, numa candidatura ao Senado.

 

De fato, a esta altura do campeonato, soa sacrifício, principalmente da saúde. Mas o contexto da decisão é claramente outro.

 

Com o afunilamento das decisões, o leitor/eleitor, pode esperar muitas idas e vindas nestes dias que nos separam do prazo limite para as convenções.

 

Ironizando, um deputado de oposição me disse hoje que tudo parecia muito arrumadinho no grupo governista. Inclusive a forte disposição de “vencer por W.O”, ou seja: sem adversários.

 

A tentativa de eliminar os mais competitivos segue adiante. Vide a nova crise criada do nada por Júnior Coimbra no PMDB.

 

Já no TRE, a coisa parece não seguir muito no script.

 

O relator do recurso de Marcelo Lelis, juiz João Olinto -  cujo notório envolvimento com o governo já foi motivo de mais de um questionamento sobre isenção - recebeu uma aula de Marco Antony Villas Boas, desconcertante para quem entende minimamente de direito eleitoral.

 

Mas lá também a vida é caricata como uma novela global.

 

Os próximos capítulos vêm aí, até 5 de julho.

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