A decisão da presidência da Assembléia Legislativa em sessão nesta sexta-feira, 27 confirmou o que já ia nos bastidores do parlamento: o governo sinalizou para que sua parceira e sócia de anos, a Foz/Saneatins, vá para o sacrifício de responder a uma CPI - diga-se: sem fator claro determinante – para poupar-se do desgaste de ser investigado pelas aplicações irregulares, mal feitas, danosas ao patrimônio do servidor público, que foram feitas no Igeprev.
Qual o motivo do pedido da CPI da Saneatins? Averiguar composição de preço de tarifa de água e esgoto? O cálculo de cobrança do esgoto sobre o consumo de água é nacional. Injusto, concordo, mas legal. O que os deputados farão com isso? Nada além de cena, cena e mais cena.
O objetivo claro é arrastar a CPI até onde der para evitar que sangrem na praça os responsáveis pelo desfalque já comprovado. Sabendo-se - com declarações claras dos técnicos do MPS - que este número pode triplicar, quando vencerem as outras aplicações temerárias ainda em curso.
E a Foz/Saneatins, o que poderá fazer? Nada. Ou quase nada, já que foi escolhida para “sangrar”, pelo parceiro preferencial.
A Assembléia dá sinais de que agoniza por falta de credibilidade junto a opinião pública. Basta um passeio pelas redes sociais para saber que o conceito do cidadão comum é que pouco se aproveita da performance dos parlamentares que estão ocupando aquelas cadeiras. Poucos, bem poucos se salvam.
Nos bastidores também, cresce o coro de que o acordo para criar o TCM está feito. Se pretende criar sete vagas: cinco para abrigar parlamentares. Gente em situação crítica, e que não se garante na reeleição. Outras duas vagas seriam para o governo acomodar dois dos secretários de sua maior confiança.
A criação TCM, como se sabe, foi combatido no governo Gaguim por vários interlocutores e em especial pela oposição de então: os Siqueiras.
O TCE então foi o maior interlocutor contrário. Os conselheiros bradavam pela falta de utilidade e legitimidade de um TCM. Parece que agora o entendimento mudou. Ou a necessidade. Veremos se a conspiração se confirma. Criar um órgão para acomodar aliados, a um custo altíssimo (estima-se R$ 30 milhões) seria o fim da picada.
Mas como se vê, o governo não poupa os amigos, aliados, parceiros nem sócios. Em casos extremos como este, poupa a própria pele. E que se dane o resto.
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