Greve nas federais agoniza e UFT pode decidir volta às aulas

Professores em greve, estudantes que apoiam o movimento através dos seus diretórios e comunidade acadêmica em geral já discutem o fim da paralização na UFT.

 

A greve dos docentes da Universidade Federal do Tocantins que já dura mais de 120 dias pode chegar ao fim sem as conquistas que motivaram o movimento. É que com a negativa do governo Dilma em negociar qualquer coisa além dos 15,8% propostos – a serem pagos em três anos – restou aos professores aceitar e retornar, ou manter sem expectativa de volta, a greve que já incomoda e muito alunos e seus pais.

 

A situação não é fácil. O movimento agoniza da mesma maneira que os anteriores terminaram. A última negociação feita pelo governo federal não foi cumprida. A proposta atual está longe de contemplar o que pedem os professores.

 

Observados os salários no Portal da Transparência, é perceptível que os salários base são baixos. Não há equivalência entre o esforço que o professor faz para se qualificar e o pagamento que recebe. O teto máximo, algo em torno de R$ 12 mil, chega para doutores em fim de carreira. O salario inicial está abaixo de R$ 3 mil reais para especialista.

 

A reestruturação de cargos proposta pelo governo pode elevar os vencimentos em até 45% em alguns casos, mas eles não representam a maioria.

 

A grande questão que faz o movimento perder força é que o governo anuncia ter ido até onde pode, e se fecha para qualquer outra negociação. Os alunos perderam o primeiro semestre. Muitos, em fase de conclusão de seus cursos, têm a expectativa de concluir até dezembro.

 

Se na Assembléia Geral marcada para esta sexta-feira, 14, os professores decidirem voltar, ainda há duas etapas a se cumprir: o encaminhamento desta decisão ao comando nacional da greve e a formulação de um novo calendário.

 

De qualquer forma, com a decisão tomada aqui, a UFT pode retomar suas aulas, dentro do novo calendário, independente do aval do comando nacional.

 

Se a greve é um instrumento eficiente para a conquista de melhores salários e as elencadas condições de trabalho (laboratórios, equipamentos) ou não, é uma discussão que se arrasta pelas redes sociais.

 

Agonizando e com a proposta colocada pelo governo federal sem nova possibilidade de negociação – já que o orçamento para o próximo ano foi encaminhado - o movimento caminha para um resultado que está longe de ser uma vitória.

 

E o pior, pode se repetir novamente no próximo ano. Uma rotina que desgasta pais, alunos e muito mais os professores. Até quando?

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