O Solidariedade está se preparando para viver os novos tempos da realidade política do Tocantins traçada pelos resultados das urnas ano passado. O ex-governador Sandoval Cardoso, desiludido com a política desde que perdeu as eleições e deixou o Araguaia, não quer nem o título de governador antecedendo seu nome. Foi o pedido que encaminhou à imprensa em email esta semana com a nota de pesar pela morte do deputado Raimundo Moreira.
Se Sandoval está arisco com a política e não sabe que destino vai tomar no futuro, seus ex-companheiros não vivem dias de céu de brigadeiro com ele. O motivo, nos bastidores, é claro: a maioria ficou na chapada na reta final da campanha. Muitos com compromissos até hoje por cumprir.
Foi com esse sentimento de insatisfação que alguns começaram a cogitar usar a janela da criação de um novo partido, o PL, para saltar fora do barco, caso o comando do Solidariedade no Estado não seja entregue aos deputados, para dentre eles sair o novo presidente.
Os dois ex-candidatos, ao governo e ao Senado, Sandoval e Eduardo Gomes, sairiam assim, do foco dos holofotes, permitindo inclusive que a bancada decida que rumo quer seguir. E pode ser até com o governo Marcelo Miranda.
De um deputado escutei que restarão dois grupos na política tocantinense: o grupo do Palácio, capitaneado por Marcelo Miranda, e o grupo da senadora Kátia Abreu. Eles querem liberdade para conversar e decidir o que farão.
Amélio confirma reunião
O deputado Amélio Cayres, questionado sobre o assunto, confirmou ao Portal T1 Notícias que os deputados vão jantar nesta quarta-feira com Gomes para tratar do assunto. Uma consulta já teria sido antecipada ao presidente Nacional da legenda, Paulinho da Força.
Gomes já sabe do que se trata, e ao que parece, não faz objeção.
“Nossa conversa é sobre o comando do partido. Achamos natural que os deputados assumam”, explicou.
O próprio Cayres tem sido sondado por interlocutores do governo para uma aproximação com o governo Miranda, mas até agora não havia aberto a possibilidade de conversação, muito menos sozinho. Ontem ao que parece, quatro deputados do SD foram recebidos pelo governador: Cayres, BArbosa, Vilmar e Jorge Frederico.
De todos eles o mais próximo do ex-governador é Vilmar, que ainda fala com freqüência com Sandoval Cardoso e funciona como interlocutor quando necessário. Já outros são taxativos: com Sandoval no comando, não dá para ficar.
(Atualizada às 17h30)
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