O retorno de Júnior Coimbra ao comando do PMDB trouxe mais instabilidade ao processo vivido pelas oposições.
Se o PMDB tinha aliados preferenciais, como o PT, da presidente Dilma, a coisa ameaça tomar outro rumo.
O PV, com candidato próprio, segue seu caminho, determinado a manter o nome de Marcelo Lélis e lutar pela garantia de sua elegibilidade viabilizando uma candidatura alternativa.
O Prós, pela mesma forma, mantém o nome do senador Ataídes Oliveira.
Do deputado José Roberto(PT), ouvi esta semana que o partido conversa com os três: PV, Prós e PMDB. Bem ao estilo petista de decidir, ocorrem cinco encontros neste final de semana até o começo da próxima, para bater o martelo.
O partido tem capilaridade, tem pelo menos 10 nomes para construir legenda para um deputado federal, garantiu Zé Roberto. O que em tese fortaleceria uma chapa proporcional reunindo PV e Prós. E o partido está disposto a seguir na oposição ao governo, levando em conta a construção de um palanque forte para a presidente Dilma. “É bem possível que a gente tenha dois”, arriscou o deputado, sorrindo.
A verdade é que o PT tem se aproximado de Lelis.
Mário Lúcio Senador?
Outro que tem conversado com o PV de Lelis e também com o Prós é Mário Lúcio Avelar. Esta semana o procurador foi visto nos dois endereços: num fim de tarde na casa do pevista. De manhã no escritório de Ataídes. Mário Lúcio procura uma saída para uma situação complexa: o fato de sua candidatura não ter sido abraçada na base pelo PPS regional.
O PPS Nacional, no entanto quer construir o palanque de Eduardo Campos no Tocantins. Coisa que o PSB parece não ter tanto apetite eleitoral para fazer, dada a proximidade com o grupo governista, que seguirá com Aécio Neves, capitaneado pelo Solidariedade de Eduardo Gomes.
Nessas conversas, Mário Lúcio já admitiria a dificuldade de viabilizar uma candidatura a governo, dado o curto espaço de tempo, e seu afastamento todos estes anos, do cenário do Estado.
“Ele tem uma história conhecida, mas é pouco conhecido”, disse um aliado importante de Avelar ao Portal T1.
Neste contexto, é que avança a possibilidade de que ele seja candidato a Senador.
O que poderá acontecer na chapa de Marcelo Lélis, ou mesmo na de Ataídes. “Ou ele pode não concorrer a nada, e apoiar o senador”, me garantiu uma fonte ligada ao Prós.
Semana decisiva
Em política, diz o ditado, nada que tem prazo para acontecer, se decide antes do tempo. E o tempo corre. Esta semana, diante da instabilidade que vive o PMDB, maior partido de oposição no Estado, outros acordos avançam para acontecer.
No centro das discussões estão o PV de Marcelo Lelis e o Prós de Ataídes. A vantagem nas pesquisas de intenção de votos é do deputado estadual. As articulações no entanto são intensas e tudo pode acontecer.
Conversando com o advogado de Lelis esta semana, José Eduardo Alckimin foi taxativo sobre o fato de que o deputado poderá disputar as eleições. “Não existe decisão de segunda instância declarando-o inelegível. Não existe nenhum caso como o dele julgado desfavorável em todo o Brasil. Estamos bastante otimistas que este assunto será resolvido no TRE quando o processo voltar à pauta”, disse ele se referindo ao recurso de Lelis contra decisão do juiz Marcelo Faccioni, em primeira instância.
As diferenças entre o caso de um Marcelo(Lelis) e de outro (Miranda) teriam sido esclarecidas numa reunião com aliados em potenciais, pelo próprio Alckimin esta semana.
O fato é que, na luta pela eliminação de adversários potencialmente mais fortes e conhecidos, o grupo governista pode estar ajudando a construir outras alternativas.
Surpresas, pelo visto, virão não só de um lado.
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