Diárias completas – incluindo medicamentos, taxa de locação de equipamentos e material – a preços menores que os praticados nos dois meses e vinte dias em que a liminar que obrigava o estado a pagar UTI’s na rede privada esteve em vigor foram propostas pela Intesicare à Pró-Saúde em novembro do ano passado mas a proposta não obteve resposta formarl por parte da direção do HGPP.
“Nós somos uma empresa que atende não só Palmas, mas Brasília, Rio de Janeiro e outros estados da federação, com a proposta de atender planos de saúde, pelo custo do nosso investimento para montar estas UTI’s tipo 3, que é alto No caso do Tocantins, a gente se dispôs a negociar preços menores para atender o Estado”, explica o gerente de Unidade Tiago Antonio Figueiredo, que apresentou ao Site Roberta Tum, o documento protocolado na diretoria do HGPP, e recebido em 01/11/2011.
Os valores inicialmente propostos eram de R$ 2.500,00 para leito que não necessitasse de ventilação e R$ 3 mil para o leito que necessitasse de oxigênio/respirador. “Conversamos com o então diretor do HGPP, que era o Ronaldo Folloni e chegamos até a cogitar baixar ainda mais o preço, mas nunca houve negociação”, explica Tiago Figueiredo.
Diante da informação de que a Sesau alegou judicialmente que os altos preços praticados pela empresa estariam inviabilizalizando o cumprimento da decisão liminar, a empresa abriu a documentação para a equipe do Site Roberta Tum, alegando que o Estado também teria conhecimento de que os preços podiam ser mais baixos.
“Na reunião ocorrida em janeiro, após a liminar, nós não fomos chamados a participar. Quem esteve presente foi os representantes do Ceacop. Alí nossa proposta mais baixa teria sido discutida mas a Secretaria nos mandou um contrato pronto, alegando que havia uma orientação da Controladoria da União de que por uma questão de facilidade na prestação de contas de recursos federais era preferível eles utilizarem uma tabela de plano de saúde, no caso aqui a da Unimed/Plansaúde”, explica o gerente de unidade.
Conforme relata Tiago, a reunião foi realizada na gestão do então secretário Arnaldo Nunes, mas a contratante permaneceu sendo a Pró Saúde. Esta tabela aponta o custo da diária de UTI na faixa de R$ 400,00. “Mas isto é só o espaço físico. Todo o resto é faturado a parte, inclusive os exames, que é o mais caro. Aqui não existe um convênio para fornecimento de exames" - disse ele se referindo à UTI do IOP, com oferta de dez leitos - "diferente do Hospital Osvaldo Cruz, onde nós oferamos mais dez leitos. O que acontece é que fora a diária, que é simplesmente a hotelaria hospitalar nós temos que pagar o médico, a clínica de imagem. Procedimentos de endoscopia num paciente esta semana custou R$ 700,00”, exemplifica Tiago Figueiredo.
Pacote sairia mais em conta para o Estado
Questionado se a proposta do pacote era mais vantajosa para o estado a Intensicare, através do gerente afirmou: “Sem dúvida. Para nós alguns casos dariam prejuízo, mas a maioria daria lucro, compensando esta diferença. E para o Estado custaria este valor que eu te disse. Sem respirador, até R$2.300,00 daria para fazer”, sustenta.
Afirmando que a empresa não tem qualquer vinculação política, e que não foi instalada em Palmas com a intenção de atender o governo do Estado, Tiago rechaçou também que os profissionais médicos tenham qualquer vantagem em indicar pacientes para as UTI’s da Intensicare. “A única vantagem que o médico tem quando solicita uma UTI fora do HGP, aqui por exemplo, no IOP, é a qualidade do atendimento que o paciente dele vai ter”, garante Tiago.
Segundo o gerente de unidade, a Intesicare está aberta a negociar seus preços numa nova etapa de entendimento com o governo do Estado, assim com já haviam proposto à Pró-Saúde anteriormente. "Protocolamos uma proposta no dia 24 de março na Sesau e outra na sexta-feira passada. Estamos aguardando”, finalizou.
O outro lado
O Site Roberta Tum tentou ouvir no final da tarde de ontem e durante boa parte da noite o ex-diretor do HGPP, Ronaldo Foloni, mas seu celular se encontrava desligado. Mensagens de voz foram deixadas para que ele retornasse a ligação o que não aconteceu até o momento.
O Site RT também tentou contato por telefone com o diretor operacional na Pró Saúde, sem sucesso, para saber quais os reais motivos para que a negociação mais vantajosa para o Estado não foi feita pela OS, gestora do HGPP com a Intensicare, que tem parceria semelhante com o governo do DF, onde pratica preços maiores que os propostos para o governo do Tocantins.
Na Secretaria de Saúde, a secretária executiva da pasta, Michelline Cavalcante negou que tenha participado da reunião de negociação que definiu o contrato entre a Pró Saúde, representando o Estado, e os representantes das empresas. "Nós recebemos uma proposta de negociação deles, que ainda assim é maior por exemplo, do que as cotações que fizemos em Imperatriz, no Maranhão", exemplificou.
O espaço continua aberto para a Pró Saúde e para o ex secretário de Saúde, Arnaldo Nunes, que teria participado de toda a negociação.
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