O bate-boca ocorrido na tarde de ontem, sexta-feira, 22, ao final do evento em que o governo fazia o lançamento do programa de socorro aos municípios do Norte em Araguatins promete ter repercussões nos próximos dias. Ontem à noite, após chegar do Bico do Papagaio a senadora Kátia Abreu (DEM) - que foi atacada em discurso duro pelo secretário Paulo Mourão numa quebra de protocolo após a fala do governador - reuniu-se em sua casa com deputados democratas para comunicá-los do ocorrido.
Estiveram presentes na casa da senadora o deputado federal João Oliveira (DEM), além dos deputados estaduais César Hallum, Toinho Andrade e Paulo Roberto. Segundo uma fonte ligada à senadora, “Kátia está muito chateada, mas muito mesmo”, com o ocorrido em Araguatins. Procurada por diversos veículos de comunicação na noite de ontem a senadora preferiu não dar entrevistas sobre o assunto. Ela considerou “extremamente desrespeitosa” e “inadmissível” a postura do ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão.
Principal aliado do governo desde a eleição, o DEM tem bancada representativa na Assembléia Legislativa e na Câmara Federal. A ofensa à Kátia Abreu, foi tomada como um ato de desrespeito ao partido, o que pode provocar uma reação oficial nos próximos dias contra o secretário Paulo Mourão.
Histórico
A senadora Kátia Abreu fez um discurso na tarde de ontem, abordando a pobreza no campo, e citando dados que indicam que na zona rural é onde a renda está pior distribuída. Segundo testemunhas, Kátia não citou Lula, nem fez ataques ao presidente. Seguindo a linha de discurso do DEM, seu partido, e mantendo o raciocínio que tem pautado sua fala na presidência da CNA, a senadora teria feito a usual defesa de melhores condições para o homem do campo.
O secretário Paulo Mourão não entendeu desta forma, e quebrando o protocolo, usou a palavra depois do governador, para atacar a senadora, e classificar o seu discurso como “leviano”. Kátia Abreu teria voltado à carga, exigindo respeito, e o bate boca entre os dois continuou até que microfones fossem cortados. Mourão teria dito que poderia “perder o cargo” por agir daquela forma mas que considerava o discurso de Kátia “injusto” com o presidente Lula.
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