Laudecy quebra o pote e esparrama as mágoas: PMDB já não cabe Coimbra e Miranda

Acabou a possibilidade de convivência entre Marcelo Miranda e Júnior Coimbra, com suas respectivas famílias. O pé no pote quem deu foi a esposa do deputado, Laudecy Coimbra, via Facebook...

Crédito: Sherlynton Ribeiro

 

Podem anotar aí: essa crise do PMDB ainda vai ficar pior.

 

Depois de ouvir o deputado Júnior Coimbra numa entrevista longa que publiquei no final de semana, onde ele afirma que Marcelo Miranda não pode desprezar seu apoio, liguei no domingo e na manhã de ontem insistentemente para o ex-governador.

 

Me retornou um Marcelo que eu não conhecia, de tão transtornado, aborrecido, magoado, para ficar só nesses adjetivos. Motivo 1: o tal texto da esposa de Coimbra, Laudecy, no Facebook., publicado no dia 6 de junho. Lá ela, em síntese, chama o ex-governador de “menino mimado”, o acusa de ter recebido o apoio do pai a vida inteira e não ter concluído um curso superior, de ter feito carreira para governo em cima de Siqueira Campos. Pano rápido.

 

Motivo 2: a entrevista do secretario Eduardo Siqueira, das Relações Institucionais no jornal Opção, de Goiânia, em que o acusa de ter quebrado o Estado e empregado dezenas de parentes.

 

A entrevista o próprio Marcelo Miranda respondeu, no Opção On Line.  O texto do Facebook foi motivo de desabafo e afirmações que não estou autorizada a publicar. Respeito a fonte. Mas posso falar da mágoa, que Marcelo não esconde.

 

De tudo que ouvi, minha conclusão: o que mais irritou o ex-governador foram as referências feitas à dona Dulce. Laudecy a acusou de ter ligado para líderes comunitários e tentado tirar apoio dos vereadores Émerson Coimbra e Rogério de Freitas. Os dois teriam falado com ela após a publicação, e se desculpado, segundo o próprio Marcelo disse ao T1 Notícias. Diante da nota publicada na coluna Café On Line, sobre  isto, Rogério disse ao Portal que prefere ficar fora da briga, por que tem apreço pelos dois.

 

“Eu nunca dirigi uma palavra ofensiva ao marido dela ou a ela. Vou responder o quê? Ela me atacou no campo pessoal. Faltou o respeito que eu sempre tive com eles” disse Miranda sobre o assunto, e emendou: “eu tenho berço”.

 

Pois é. Tenso.

 

A conclusão a que chegou, após ouvir um e outro é uma só: não há espaço mais para convivência entre os dois líderes debaixo do teto de uma só legenda. O PMDB, no final desta briga, só terá espaço para um.

 

Do lado de Marcelo a posição é clara: “não dá mais para conviver”.

 

Do lado de Júnior, até sábado, a posição era: “Marcelo tem que decidir se quer ser governador ou presidente de partido, modéstia a parte, meu apoio pode ser decisivo pra ele”.

 

O caminho, segundo fontes ligadas a Marcelo, pode ser outro para o ex-governador: deixar as fileiras do PMDB para assinar ficha de filiação ao PT. Com convite e abono da Nacional do partido. Na própria disputa pelo PMDB, Miranda já contaria com uma “mãozinha” do petista mais poderoso do Brasil. Lá atrás, quando o assunto foi cogitado pela primeira vez, Marcelo negou a intenção de deixar o PMDB. No fim desta novela já não sei se negará.

 

Tudo isso, lógico, vai desaguar em 2014. Até lá, alimentado pelas alfinetadas de bastidores ou pelo bate-boca de Facebook, o abismo entre as duas alas, vai só aumentando. No meio do caminho tem quem faça a mediação, mas nos extremos, podem escrever aí: não há o que emende o pote quebrado das relações entre as famílias Miranda e Coimbra. Quebrou de vez e esparrou mágoa que não acaba mais.

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