Da Folha On Line
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta segunda-feira, 12, uma ação mais contundente da ONU (Organização das Nações Unidas) na mediação de um acordo de paz entre Israel e o movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza. Em 17 dias consecutivos da ofensiva israelense na região, ao menos 890 palestinos morreram.
"A ONU precisa exercer um papel importante. A decisão do Conselho de Segurança de definir a necessidade de um acordo de paz é importante que seja respeitada, tanto pelo lado palestino quanto pelo lado de Israel", disse Lula, durante o programa semanal de rádio "Café com Presidente".
Tanto Israel quanto o Hamas rejeitaram na semana passada a resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo um cessar-fogo imediato em Gaza. O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, está em viagem pelo Oriente Médio para ajudar na mediação internacional de um conflito.
"Eu mandei o Celso Amorim visitar o Oriente Médio para dizer que o Brasil está interessado em participar ativamente, para que a gente possa encontrar, definitivamente, o caminho da paz naquele território, naquele espaço geográfico do mundo", disse Lula.
O presidente defendeu não apenas um cessar-fogo para o atual confronto em Gaza, mas também uma negociação mais ampla, para a formação de um Estado palestino coexistente a Israel.
"É plenamente possível a existência de dois Estados que possam ser Estados que tenham relações diplomáticas, que possam se desenvolver, progredir, e eu acho que o povo palestino merece essa chance", disse.
Segundo Lula, o Brasil é um exemplo de que árabes e judeus podem conviver pacificamente. "Precisamos deixar claro o nosso reconhecimento pela existência do Estado de Israel e a nossa disposição de ajudar a construir o Estado palestino", completou.
Lula afirmou ainda que o governo brasileiro defende a retomada das negociações de Annapolis, a reunião na cidade americana em novembro de 2007, que marcou a retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos, com a meta de criar um Estado palestino.
"Essa gente tem que se sentar à mesa com os países que querem construir a paz. É preciso que a gente envolva todas as pessoas que tenham a ver com os conflitos no Oriente Médio, para que a gente possa encontrar um caminho", disse Lula, em discurso que foi repetido por Amorim durante sua reunião com o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, nesta segunda-feira. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u488942.shtml)
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