Luz amarela: PMDB arrasta a bagagem das brigas internas e disputa jurídica

Comissão de Ética do PMDB tende a suspender desfiliação de Coimbra e Pugliese. Líderes nacionais tentam garantir candidaturas da dupla e Miranda se compromete com Elenil. O balaio de gatos continua...

Moka ao lado de Marcelo e Dulce: acordo
Descrição: Moka ao lado de Marcelo e Dulce: acordo Crédito: Lourenço Bonifácio

A luz amarela acendeu-se definitivamente ontem, quarta-feira, 2, para o PMDB, após a realização da convenção do sábado, 30, que referendou a chapa majoritária do partido e fez valer o acordo firmado nacionalmente em torno dos nomes de Marcelo Miranda e Kátia Abreu, respectivamente ao governo e ao Senado.

 

Se tudo caminhava favoravelmente ao grupo dos Autênticos nas primeiras decisões judiciais – no Tocantins e no STJ – afastando a possibilidade de uma liminar que devolvesse poderes ao presidente destituído, Júnior Coimbra, durante o processo de convenção e registro de chapa,o dia de ontem prova que a guerra interna não acabou.

 

Conforme antecipado na terça-feira, 1 pelo T1 Noticias, o deputado Jr. Coimbra voltou à carga atrás dos aliados que tem no PMDB Nacional. E aqui vale um parêntese para uma explicação.

 

Coimbra fortalece Eduardo Cunha na disputa nacional por espaço dentro do PMDB, que tem de um lado o deputado federal e de outro o grupo dos senadores Valdir Raupp, Renan Calheiros, entre outros. É uma queda de braço pela divisão de poder no partido, e do poder de barganha no Congresso Nacional.

 

Pois bem. A suspensão da filiação de Coimbra e a impossibilidade de que ele dispute a reeleição é um golpe para o grupo de Cunha, que perde um aliado e um voto num colégio bem restrito.

 

Por isso, não sem motivo, Eduardo Cunha entrou em ação para tentar reverter junto à Comissão de Ética do PMDB, as suspensões das filiações de Coimbra e José Augusto Pugliese, devolvendo-lhes as condições para que disputem as eleições.

 

Isso se houver acordo com Marcelo Miranda e Kátia Abreu. É o que a direção nacional quer para afastar apaziguar a cisão que o PMDB do Tocantins só acentua em Brasília. O próprio presidente da comissão interventora, senador Waldemir Moka trabalha para construir o acordo unindo os dois grupos.

 

Marcelo se compromete com Elenil

 

Enquanto tudo isso corre nacionalmente, nos bastidores da disputa caseira dos proporcionais, aumentou o fogo da fervura com a derrubada da postulação do suplente de deputado, Elenil.

 

Após começar a semana ameaçando desembarcar de frente à casa do ex-governador Marcelo Miranda um ônibus de lideranças que o apoiam, Elenil conseguiu ontem o compromisso de Miranda de que sua situação seria resolvida.

 

No final da tarde, após divulgar que estava tranquilo e tinha as garantias de Marcelo, Josi Nunes e Derval de Paiva, o araguainense foi contraditado por Antônio Pádua, responsável pelo registro da ata da convenção junto ao TRE. Desafeto de Elenil e um dos mais aguerridos militantes inconformados com o papel que Coimbra e seu grupo tem desempenhado no PMDB, Pádua registrou o documento, criando outra cisma interna.

 

A solução agora jurídica agora passa a ser a substituição de candidatos. E quem cairá para ceder a vaga?

 

Coimbra aciona justiça em Brasília

 

Embora ninguém tenha divulgado nada oficialmente, nos bastidores já corre a informação de Júnior Coimbra recorreu na 20a Vara Cível em Brasília contra a Intervenção Nacional. Ontem seus aliados acenavam com a retirada desta ação como parte de um possível acordo entre os dois grupos.

 

Justifica-se portanto a luz amarela que se acende depois que correu entre a oposição tradicional no Estado a boa notícia de que Miranda tem agora o apoio do PV de Marcelo Lélis e de que o PT -  tradicional adversário de Kátia Abreu -  indicou na sua suplência o ícone da legenda no Estado, Donizeti Nogueira.

 

É que o PMDB já começa a campanha atrás do grupo governista em organização, planejamento, estruturação do seu marketing. Tem pouco tempo pela frente para ajustar o discurso contraditório (mudança? Alternativa de mudança? Volta Marcelo?) e perde praticamente um mês porque o registro da chapa só sai em definitivo no final de julho.

 

Até lá, será um jogo de nervos na imprensa e nas ruas, a dúvida: Marcelo Miranda e Marcelo Lélis conseguirão passar pelo TRE?

 

Tudo isso somado, só favorece o crescimento do grupo governista, que nada de braçada diante da eterna indefinição do PMDB.

 

E no aperta e relaxa, a direção Nacional da legenda, tem dado sem dúvidas sua contribuição  para isto.

 

 

 

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