Mãe aponta descaso e reclama da omissão de atendimento no SAU: diretor justifica que caso não era emergencial

A falta de pediatra para atender no SAU levou o filho da advogada Annette Viana a ficar sem atendimento neste domingo, 1º. De acordo com as informações, o médico plantonista teria se recusado a atender o menor porque não era sua especialidade. Ao Sit...

Na manhã de domingo, 1º, a advogada Annette Viana procurou socorro no Serviço de Atendimento ao Usuário – SAU, da Unimed em Palmas, para seu filho de 6 anos e teve atendimento negado, apesar de, segundo ela, pagar um plano de saúde de valor elevado.

Segundo Annette não havia pediatra de plantão e teve que “apelar para o choro” para fazer o clínico atender o menor, que sentia fortes dores e um inchaço na região genital. “A desculpa é que o médico estava doente. Não é possível que não tenha médico, que exista apenas um pediatra. Pago caro em um plano de saúde e mesmo assim não tenho um bom atendimento”, afirmou a advogada.

De acordo com Annette, o clínico de plantão se negou a prestar o atendimento à criança alegando não ter competência para o caso e orientou que a mãe retornasse ao local a noite, quando teria um pediatra plantonista. A advogada destacou ser absurdo o médico não querer atender o garoto. “Há 11 anos eu enfrento esse problema aqui em Palmas. O médico disse não ser apto para tratar a criança”, concluiu.

Em entrevista ao Site Roberta Tum, o doutor Geraldo Queiroz, diretor técnico do SAU e do Hospital Infantil de Palmas afirmou ser uma realidade tanto na saúde pública como privada, a nível estadual, a deficiência de pediatras devido aos baixos salários pagos aos especialistas.

Com relação ao caso abordado por Annette, o médico afirmou que no período das festas de fim de ano houve um afastamento dos profissionais e informou que a orientação para os plantonistas foi que encaminhassem os casos graves para centros de referência na capital inclusive o Hospital Infantil de Palmas, onde o acompanhamento 24horas é feito mesmo aqueles que possuem plano de saúde.

O diretor disse ter orientado a equipe a atender os casos mais simples e pontuou que se o médico de plantão negou o atendimento é porque julgou não ser ético realizar o mesmo. “Não houve omissão, se realmente fosse emergência, o menor teria sido encaminhado para as unidades de suporte”, afirmou.

Faltam pediatras

Queiroz afirmou ter atendido cerca de 30 crianças somente na noite do dia 1º e que é evidente a falta de profissionais para atender a demanda da capital.

De acordo com o diretor há um importante trabalho para trazer novos profissionais para Palmas e o objetivo é atrair mais pediatra. “A remuneração um dos grandes problemas para a especialidade já é uma questão que está sendo resolvida”, ressaltou o diretor.

De acordo com as informações, no Estado existem três instituições de ensino que oferecem o curso de medicina e um trabalho de conscientização vem sendo feito entre os acadêmicos. “Estamos formando cinco pediatras, que fazem residência no Hospital Infantil, o problema com a falta de profissionais será encaminhado para o fim”, finalizou Queiroz.

Hoje na capital tocantinense, segundo o Conselho Estadual de Medicina, existem 49 pediatras em exercício. (Colaborou Fábio Coelho)

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