Marcelo na reta final: estrela brilha além das adversidades

Com palanque simples, meio rouco ao final de um dia cheio pelo interior, Marcelo Miranda deu seu recado final na capital. Ex-governador chega com estrela pessoal forte, ao final de campanha difícil...

Miranda: carisma pessoal prevalece na reta final
Descrição: Miranda: carisma pessoal prevalece na reta final Crédito: Divulgação

Não era um comício do PT, embora petistas de alas diversas do partido no Tocantins estivessem lá, com discursos firmes no palanque.

 

Também não era Lula o candidato, mas a chama do apoio popular era perceptível no ambiente que se formou na rua, de frente ao palanque de porte discreto, montado na avenida Tocantins quando Marcelo Miranda começou a falar. Palanque de oposição. Mais simples do que o que Siqueira usou para encerrar sua campanha contra o governo em 2010, na mesma região Sul.

 

Rouco, vindo de uma agenda que o fez percorrer seis cidades ontem, incluindo Gurupi, no Sul do Estado, Marcelo discursou resgatando sua trajetória política. O começo, pelas mãos de Avelino, o convite para ser candidato a governador, vindo do ex-governador Siqueira Campos, o rompimento com o Siqueirismo em 2006 e finalmente o pleito de 2010.

 

Chamando para a frente do palanque ao seu lado os ex-governadores presentes: Moisés Avelino, Raimundo Boi, Carlos Gaguim, Miranda foi comedido. Bateu na tecla que foi o mote de sua campanha: a de que pretende governador mais perto das pessoas.

 

Só subiu o tom  no final para responder, não Sandoval, o adversário principal, mas o prefeito da capital, que o tem insistentemente ofendido em seu perfil no Twitter.

 

Observando, assistindo, ouvindo o comício de encerramento da Coligação A Experiência Faz a Mudança, em Taquaralto ontem, quarta-feira, 1o , eu buscava entender o que faz com que Marcelo Miranda chegue ao fim de uma campanha dura  - e que no começo era improvável dadas as dificuldades jurídicas que enfrentou - com praticamente o mesmo patamar de intenções de votos com que começou. 

 

Na mesma avenida Tocantins que foi palco de comícios históricos de Siqueira e de Gaguim em 2010, a militância se calou e os populares que observavam de perto, nas beiradas, ou de longe, nas mesinhas dos bares de Taquaralto fizeram silêncio para ouvir as últimas palavras do candidato a governador do PMDB. 

 

Uma campanha do início ao fim, contra as adversidades

 

O que não faltou na campanha de Miranda foram adversidades. Ele relembrou o pedido de registro no TRE, concedido. O recurso dos governistas ao TSE, negado. As contas rejeitadas na Assembléia Legislativa, “por traidores”, afirmou, mas que com erro formal na publicação, perderam o efeito de gerar inelegibilidade.

 

No meio do caminho, perdeu o vice, Marcelo Lélis, liderança forte da oposição na capital. E nos últimos dias, viu sua campanha ir parar nas manchetes da imprensa nacional, associando a apreensão do avião em Piracanjuba, com dinheiro em espécie, ao seu nome.

 

Não dá para saber se todas as dúvidas que o eleitor da capital tem ou tinha foram respondidas nos últimos dias, na televisão, ou nas ruas, por Marcelo Miranda. Ontem no entanto uma verdade saltava aos olhos do observador atento: seu estilo pessoal, seu carisma, a história que construiu no tratamento com as pessoas nos dois governos em que administrou o Estado foram maiores nesta campanha que todos os problemas, os erros, as adversidades. Ou os questionamentos sobre a gestão que fez no passado.

 

Marcelo Miranda encerra sua campanha mantendo a expectativa de que governará – caso eleito -  com tranquilidade, com respeito às pessoas, recriando um clima de prosperidade que o Estado vivia há cinco anos, quando deixou o governo, naquele setembro de 2009, aplaudido pela multidão  que lotava o hall do Palácio Araguaia.

 

O intangível, o imponderável, o que é difícil medir com instrumentos científicos só é perceptível no meio do povo.  A resposta da pergunta que cheguei buscando, foi uma só: a estrela de Marcelo Miranda ainda brilha, no fim de uma campanha difícil, acima das adversidades enfrentadas por ele e sua equipe. Isto é inegável.

 

Se será o suficiente, só as urnas poderão responder no próximo domingo, dia 5. O julgamento desta vez é nas urnas, e lá a palavra final é sempre do eleitor.

 

 

 

 

 

 

 

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