Marcelo no páreo e marqueteiros de Sandoval em atrito: semana promete...

Militância do PMDB, PT, PV e PSD reacende o ânimo com a liminar que coloca Marcelo Miranda definitivamente no jogo. Já governistas vivem dias complicados

Um dia depois das declarações polêmicas do conceituado advogado eleitoral Juvenal Klayber incendiarem a discussão política sobre o registro da chapa de Marcelo Miranda/Marcelo Lelis ao governo do Estado, uma liminar do Tribunal de Justiça reconheceu a fragilidade do argumento que ainda restava aos governistas para defender a inelegibilidade de Miranda neste pleito.

 

A juíza Célia Regina, convocada em substituição para a vaga de desembargadora no TJ, reconheceu a ausência dos dois turnos de votação por parte da Assembleia Legislativa ao reanalisar as contas de Miranda e Gaguim referentes ao ano de 2009. Um erro do rito normal do processo que, na opinião dela, é suficiente para comprometer o ato através do qual tentou-se amarrar a candidatura de Marcelo ao governo.

 

Para que o leitor entenda, o raciocínio é simples: são dois os impedimentos alegados para que Marcelo Miranda dispute as eleições do governo. O primeiro é a inelegibilidade gerada pelo RCED – esta, responsável pelo fato de que ele venceu as eleições mas não tomou posse no Senado em 2010 – e o segundo são as contas rejeitadas por uma corte colegiada, no caso a Assembleia.

 

O primeiro caso está mais que esclarecido e pacificado, como mostra a recente jurisprudência quanto à contagem da data para considerar o impedimento por oito anos. No caso de Miranda, ela termina antes das eleições deste ano. A chance de que ele seja prejudicado por isso está afastada pelo próprio TSE. O ministro Marco Aurélio, que entendia diferente de Luciana Lóssio, reformou o voto a respeito da questão.

 

Restava a Assembleia. Esta, como se sabe, cozinhou a votação enquanto o governo não tinha maioria para a rejeição. O fato é que os tempos são outros, a Assembleia votou novamente as contas. O comando governista mudou de opinião, negociou a liberação de Gaguim, a Assembleia votou novamente e na hora de votar votou errado. Esta é a razão do regozijo de uns e ranger de dentes de outros desde ontem em todas as redes sociais.

 

O fato é que a militância respira aliviada nesta quarta-feira, 16, como se seu time estivesse numa final. O efeito da liminar nas ruas é demonstrar ao eleitor que Miranda pode sim ser candidato, ao contrário do que pregam os governistas diuturnamente em todos os espaços da mídia digital.

 

Rick, Paulo Roberto, Raul: os desgastes de Sandoval

Enquanto a semana é positiva para a oposição, o governo do Estado tem dois problemas a administrar: o cantor Rick, que não trabalha, que não agrada e é um foco barulhento de desgaste para Sandoval; e a nomeação de Paulo Roberto, ex-deputado, que está com a ficha suja, conforme lei estadual aprovada pela mesma Assembleia, num projeto do deputado Marcelo Lelis.

 

Paulo Roberto explicou que recorreu e conseguiu fazer reabrir o processo por improbidade administrativa. O governo defende que ele pode ser secretário, mas o caso é um pouco mais complicado. Além da questão jurídica discutível, tem a pecha do fica suja que os governistas usam contra os adversários agora pregando no governo. Fora as alianças de campanha que já estão dando o que falar.

 

Raul Filho por exemplo é um excelente orador, tem histórico de ser bom para pedir voto na rua, mas teve sérios problemas de imagem e saiu da Prefeitura associado ao bicheiro Cachoeira de forma vergonhosa. Um episódio que eleitoralmente custou caro à deputada Luana Ribeiro nas eleições de Palmas.

 

Não se sabe ainda se Raul soma mais do que tira. Especialmente num palanque em que ele estará ao lado do prefeito Carlos Amastha. Cada vez mais o palanque governista de 2014 vai ficando com a mesma fórmula que levou Marcelo Lelis à derrota em 2012.

 

Marqueteiros trombando

Para completar, a semana foi marcada pelo atrito que correu solto nos bastidores entre os marqueteiros da campanha governista. O comando local, pelo qual responde Marcelo Silva, bateu de frente com o comando geral do marketing, que é de Duda Mendonça.

 

A história que corre é que a equipe de Duda preparou o material conceitual do candidato a governo, a identidade da campanha. A coordenação da campanha de Sandoval não teria gostado e Duda pediu mais tempo para apresentar uma nova proposta.

 

Neste meio tempo a Public, sob o comando criativo de Silva, apresentou outra proposta “atravessando” Duda, que não gostou. O resultado da crise teria sido desfavorável à Public, que num primeiro momento chegou a dispensar profissionais que estavam com contrato engatilhado.

 

Consultado ontem por telefone, Silva confirmou ao Portal que houve um atrito, um enfrentamento de ideias. “O pessoal dele acabou de chegar e nós já estávamos trabalhando. Estamos mobilizadíssimos (...) O debate foi sobre definição de campanha”, garante Marcelo Silva destacando que desta vez a reponsabilidade das duas equipes é compartilhada. Marcelo Silva disse que não há submissão da Public a Duda.  “Eu principalmente. O governador nos deu a liberdade de a gente confrontar as ideias e construir o eixo da campanha”.

 

Até onde se sabe, o atrito foi pacificado por um intermediário poderoso. Mas campanha grande e com muitos chefes é assim: cada dia uma nova emoção.

 

Como se vê, a semana promete.

 

 

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