Médicos cardiovasculares do Tocantins paralisam atendimento a planos de saúde: tabela está 30% abaixo da praticada pelo SUS

Os cirurgiões cardiovasculares do Tocantins paralisam as cirurgias a partir desta quarta-feira, 1º. Segundo a presidente do Sindicato dos Médicos do Tocantins, Janice Painkow, a tabela praticada pelos convênios está 30% abaixo da que é praticada pel...

Os seis cirurgiões cardiovasculares do Tocantins vão paralisar as cirurgias realizadas por convênios médicos no Estado a partir desta quarta-feira, 1º. A decisão foi anunciada pela presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Tocantins – Simed, Janice Painkow.

Segundo a presidente, a tabela praticada pelos planos de saúde está defasada e abaixo da praticada pelo SUS. A presidente informou ainda que os planos e convênios como Unimed, planos de saúde do Banco do Brasil, Geap, Cassi, Amil além do Plansaúde já estão cientes da decisão. “A Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular criou uma tabela com os valores mínimos para serem praticados, estamos apenas cumprindo uma normativa da classe”, ressaltou Janice.

Questionada sobre as cirurgias que já estariam agendadas a presidente foi enfática ao afirmar que a decisão já foi tomada. “Os planos terão que se adequar a nossa decisão, não temos condições de atender da forma que estava acontecendo. Os pacientes não tem culpa nenhuma, mas os planos de saúde já estavam a par da situação há muito tempo”, informou.

A presidente citou o exemplo do médico cardiovascular que leva em média 12 anos para se formar entre a faculdade e a especialização. “É um descaso praticar valores como esse. Só queremos que estes profissionais sejam valorizados pelo trabalho e responsabilidade que possuem nas mãos. São médicos que gastam muito dinheiro com especialização para cuidar bem da vida destes pacientes, o mínimo que merecem é ter suas reivindicações atendidas”, afirmou.

Segundo Janice, para realizar a revascularização do miocárdio com prótese, por exemplo, custa em média R$ 50 mil para o convênio, sendo que o valor repassado para o médico é de R$ 500,00. “Não queremos estimar quanto vale um procedimento, o mais importante é a vida do paciente, a qualidade e a oportunidade de cura que o médico vai proporcionar a ele, mas esses valores tem que ser revistos”, ressaltou.

Plansaúde

Em nota, o Plansaúde informou que aguarda posicionamento da Unimed Centro-Oeste, responsável pelo plano, mas ressaltou que o reajuste de valores dos procedimentos cirúrgicos está em pauta no Brasil e não é um caso isolado no Estado. “Trata-se de questão de pauta nacional e não assunto localizado no Tocantins”.

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