O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello deve decidir nesta segunda-feira (14) sobre pedido da defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira para adiar o depoimento dele na CPI que apura as relações de agentes públicos e privados com o jogo ilegal. O depoimento está marcado para esta terça-feira (15).
A defesa argumenta que Cachoeira não pode depor antes de ter acesso aos documentos em poder da CPI.
Em entrevista, o advogado Márcio Thomaz Bastos disse que caso seu cliente tenha que depor, poderá se negar a responder perguntas da comissão.
Thomaz Bastos disse ainda que se reúne com Cachoeira nesta segunga (14) na Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde ele está preso. Após a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, deflagrada no fim de fevereiro, Cachoeira foi acusado de comandar uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás e que teria participação de políticos e agentes de segurança pública.
O habeas corpus impetrado pela defesa do bicheiro no Supremo questiona decisão do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que negou pedido para que os advogados de Cachoeira tivessem acesso aos documentos da comissão antes do depoimento.
O advogado do contraventor pede que o ministro do STF decida liminarmente pelo adiamento do depoimento na CPI até que o mérito do pedido seja analisado para que Cachoeira "não seja compelido, antes de ter ciência das provas a ele vinculadas, a permanecer em silêncio contra seus legítimos interesses, ou a apresentar versão sobre fatos e provas que não conhece apropriadamente".
No mérito, a defesa solicita que a CPI libere o acesso dos documentos "em prazo razoável antes da oitiva".
Esquema no Congresso
Para receber Cachoeira, um esquema especial de segurança será estruturado no Senado. Cachoeira deve chegar escoltado por policiais, mas deve entrar na sala da CPI por uma entrada separada. Lá dentro, a segurança será feita pela Polícia Legislativa do Senado.
Um sorteio entre os profissionais de imprensa foi organizado pela assessoria de Comunicação do Senado para evitar tumultos na hora do depoimento. Um telão será instalado em uma sala ao lado da CPI para os profissionais que não conseguirem ficar dentro da sala onde estiver Cachoeira.
A CPI ouvirá ainda, na quinta-feira (17), o depoimento dos procuradores da República Daniel Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira. O depoimento dos dois estava previsto para a última quinta-feira, mas foi adiado porque outro depoimento, o do delegado Matheus Rodrigues, que comandou a Operação Monte Carlo, se prolongou. (Agência de Notícias)
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