O vereador Bismarque do Movimento (PT) voltou a protagonizar um debate polêmico na Câmara Municipal de Palmas na manhã desta quarta-feira, 27. Desta vez o petista denunciou a situação em que se encontram famílias instaladas debaixo da ponte que dá acesso ao Parque Cesamar, e na própria ponte da antiga Avenida Theotônio Segurado. "Estou dando 30 dias a partir de hoje para que o poder público tome providências de abrigar aquelas famílias. Podem marcar. Se a prefeitura, o Estado, o Ministério Público - que tem sido omisso com essas questões - não agir, dentro de 30 dias eu vou buscar todos os mecanismos possíveis para denunciar esta situação", declarou.
O debate ficou mais acirrado com a intervenção dos vereadores governistas que não concordaram com a posição do vereador em querer estipular prazo para que a prefeitura resolva o problema. "O senhor não pode querer pegar quem chegou agora e dar uma casa, passando na frente daqueles que estão aqui há muito tempo, e estão cadastrados, esperando sua vez, muitas vezes pagando aluguel", disparou Milton Néris.
Bismarque voltou a insistir que a prefeitura pode e deve "pagar aluguel de uma casa" para abrigar as famílias que estão vivendo debaixo da ponte. Ele disse ainda que na ponte de acesso ao Parque Cesamar estão homossexuais, um deles com suspeita de ser portador do vírus HIV, e que cabe uma ação, além do poder público, da própria Igreja. "É uma situação em que deve prevalecer os direitos humanos", argumentou.
A idéia de que a prefeitura pague aluguel para os sem teto provocou nova reação do plenário. O vereador Ivory de Lira, líder do prefeito aparteou Bismarque para dizer que entende "sua preocupação com o ser humano", mas que não é possível para a prefeitura tratar estas questões assim. "Existe uma política de moradia popular, vereador, nós temos que discutir os critérios de atendimento às pessoas".
Folha critica
O vereador José do Lago Folha Filho também discutiu o assunto para dizer que existe uma "política de invasão", incentivada pelo próprio movimento que Bismarque representa. "Vereador, esse problema de gente morando debaixo da ponte existe desde o começo da capital. Tira uma família e vem outra. Eu não sei quem está mandando essas pessoas pra lá", criticou. A discussão entre os dois continuou após a fala de Bismarque, quando o vereador do PTN usou a tribuna. Na sequência da sessão Bismarque disse a Folha que este parasse "de defender a burguesia". O petista lembrou que existem membros da família do vereador do PTN vivendo nas Arnos, uma quadra invadida, e depois regularizada pelo poder público.
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