Moradores relatam drama durante enchente: "Eu acordei com os gritos da vizinha"

Durante a madrugada desta quinta-feira, 08, moradores do Distrito de Taquaruçu acordaram assustados, alguns com água entrando em suas casas e outros, como o pastor Edson Bonfim, com os gritos de medo dos vizinhos. Uma enchente no ribeirão Taquarussuz...

“É a primeira vez que acontece uma enchente e a água entra dentro da minha casa. Já houveram outras enchentes, mas desta vez a água atingiu mais de 40 cm dentro da casa. Em 2002 teve uma enchente, mas igual a essa eu nunca tinha visto”. Com estas palavras o artesão Oseías Luiz Umbelino, que mora no distrito desde 1991 resumiu o drama vivido nesta madrugada no distrito de Taquaruçu.

Ozéas, como é conhecido, disse que a Defesa Civil orientou para que ele não volte para casa até que secasse tudo, uma vez que sua casa é feita de adobe. Muito abalada, a esposa de Oseías Luiz, disse que por volta das 4h30 ela acordou com a água entrando em sua casa. “Por voltas das quatro da manhã eu acordei com a chuva, quando foi 4h30 água começou a entrar em casa”, disse Célia Maria dos Santos, esposa do artesão .

O Pastor Edson Bonfim, que nesta manhã, limpava o barro de sua casa, relatou ao Site Roberta Tum como tudo aconteceu. “Eu acordei as 4h30 com o barulho da gritaria dos vizinhos. Quando eu voltei para casa a água começou a entrar, só deu tempo de trancar a casa e pegar os documentos e sair. Na rua já tinha mais de meio metro de água”, disse. O pastor que mora no local a mais de 15 anos, também relatou que esta foi a primeira vez que a enchente inundou sua casa.

Mudanças no leito pode ter motivado

Segundo o Pastor Edson Bonfim, uma das causas da inundação seria a sujeira no córrego Taquarussuzinho e mudança de seu leito normal. “Tudo é conseqüência do córrego que não é limpo, mudaram o leito do rio formando uma encosta que não tem como a água passar direito daí inundou tudo isso aqui”, desabafou o pastor, que finalizou dizendo que se ele estivesse dormindo não dava nem pra sair.

A moradora Leia Alves de Lima, disse ao Site, que as pessoas vêem "essas coisas na televisão" e acham que as nunca vai acontecer com elas. “O prejuízo foi só material, a gente contorna tudo, estando vivo tá bom”, desabafou. Com uma fita métrica Leia Alves mostrou a altura dos exatos 48 cm onde água inundou sua casa, que ela limpava.

Um chacareiro local relatou que sua família mora no local a mais de 70 anos, que nasceu e cresceu lá, segundo ele, enchentes são comuns, mas como essa jamais tinha visto. “Tava um marzão de água ai, de madrugada e a  gente escutava a água chiando nos mato”, disse José Ronaldo Cruz dos Santos.

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