MPE faz vistoria no HGP e apura denúncias de duas mortes que teriam ocorrido por falta de antibióticos na UTI

Após reunião com representantes do Estado e do HGP, a promotora Maria Rosely Pery, informou que o MPE teve conhecimento de suposto surto de infecção hospitalar com bactérias multirresistentes na Unidade. Entre os possíveis problemas também estão a di...

Nesta quarta-feira, 20, servidores do HGP procuraram o MPE para denunciar problemas no hospital. Segundo as informações passadas ao órgão, duas pessoas teriam morrido por falta de antibiótico na UTI. A promotora Maria Roseli de Almeida Pery esteve reunida na manhã desta quinta-feira, 21, com diretor do hospital, Paulo Farias, representantes do Estado e do Laboratório Central- Lancem e Vigilância Sanitária.

Em coletiva, Maria Rosely explicou que a reunião foi solicitada na tarde de ontem e além das denúncias da falta de antibióticos, o encontro foi para tratar do suposto surto de infecção hospitalar com bactérias multirresistentes no HGPP.

A promotora informou ainda que as denúncias foram feitas, mas que o MPE não possui documento que comprove que a causa das mortes foi por falta de antibióticos. "Foi solicitado junto à Comissão de Revisão de Óbitos o motivo das mortes e caso seja identificado que houve óbitos evitáveis os responsáveis serão penalizados criminalmente/", afirmou a promotora.

Falta de material

Segundo o que foi informado, dentre os problemas identificados está a falta de higiene da Unidade de Tratamento Intensivo-UTI, e o desabastecimento dos materiais de limpeza, que segundo a promotora, é responsabilidade da Pró-Saúde. “Foram apresentados problemas graves que vão desde a falta de álcool até a falta de sabão para lavar as mãos”, informou.

Ainda de acordo com a promotora Maria Rosely a falta de antibiótico teria causado a interrupção do tratamento de alguns pacientes. A limpeza da UTI e a baixa da adesão as normas de funcionamento por parte de funcionários dos Recursos Humanos também foram apontados como problemas na unidade, segundo Maria Rosely.

Comissão de Controle de Infecção

Maria Rosely informou ainda que a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar- CCIH alegou falta de compromisso com o cumprimento das normas técnicas de alguns servidores, mas não citou nomes. “Nesse caso houve a intervenção do MP, pois não há como trabalhar com suposições, é preciso fatos e nomes. Se isso realmente ocorrer pode configurar crime por parte dessas pessoas”, explicou.

A promotora informou também que foi apontada a ineficiência por parte das ações do CCIH e do laboratório dentro do hospital. Segundo Maria Rosely, o laboratório afirmou que há falta de pagamento, mas o Estado negou o débito.

Medidas emergênciais

Segundo a promotora, as áreas técnicas e pontuais do hospital irão se reunir a partir das 15 horas desta quinta-feira para traçar medidas emergenciais para conter o suposto surto. Participarão da reunião a Vigilância Sanitária, o Laboratório Central- Lacen, Pró-Saúde, CCIH e diretores do HGP.

Pró-Saúde garante

Maria Rosely afirmou ainda que a Pró-Saúde garantiu o abastecimento dos medicamentos e caso isso não ocorra, poderá responder criminalmente. “Se houver a descontinuidade do fornecimento do remédio pode ensejar em ação criminal”, afirmou.

 

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