Município alerta sobre perigo de caramujos

Os "caramujos africanos", cuja maior incidência é verificada no distrito de Taquaruçu, começam a aparecer em grande número também nas quadras centrais de Palmas, provocando o alerta de biólogos sobre as doenças que podem transmitir, devido ao fato de...

Biólogos do CCZ – Centro de Controle de Zoonoses , da Secretaria Municipal de Saúde ( Semus) – vão inspecionar hoje, às 14 horas, um terreno baldio na Quadra 110 Norte, Alameda 21, Lote 39, onde, segundo os moradores, estão concentrados cerca de três mil caramujos que estão invadindo as residencias. “ Nunca vi nada igual. Só ontem à noite, recolhi 39 bichos na parede de minha casa” - enfatiza Elton Pula, jornalista.

De acordo com Jorge Luiz de Souza, biólogo do CCZ, o molusco é o “Caramujo Africano”, uma espécie considerada praga em diversos países, que foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 80, com o intuito de oferecer um susbtituto mais interessante economicamente e de maior peso que o escargot verdadeiro (Helix aspersa). “Em pouco tempo de criação se verificou que o animal não tinha boa aceitação pelo mercado consumidor brasileiro, o que provocou a desistência da maioria dos criadores, que se desfizeram dos animais de forma errada, liberando os caramujos em jardins, matas ou simplesmente colocando-os no lixo” - explica.

Recolhimento

O Biólogo enfatiza que, pelo fato de não existir um caramujicida (veneno) eficaz para combater o molusco, é necessário que os bichos sejam coletados, salgados e acondicionados devidamente em recipientes plásticos. “na hora da coleta, é necessário se utilizar luvas descartáveis, pás, e colocar o animal dentro de sacos plásticos mais resistentes, jogar sal, amarrar forte e jogar no lixo, em horário bem próximo da coleta pública” - orienta Jorge Luiz, justificando que “os caracóis e lesmas em geral, são muito resistentes a venenos e os produtos comerciais disponíveis demonstram elevada toxicidade para os seres humanos e outros animais, de forma que a utilização de pesticidas não é o método de controle atual mais indicado para estes moluscos”.

Segundo o especialista do CCZ, “ao iniciar a busca do caramujo africano no quintal, verifique bem os cantos dos muros, as paredes onde não bate muita luz e os lugares em que possa haver acúmulo de galhos, restos de poda, folhas, madeiras, tijolos furados”, alerta.

Prevenção

Manter quintais sempre limpos, sem entulhos onde o molusco possa se esconder. Adicionar palha de arroz às plantas, hortas e vasos ornamentais. Em caso de adubos e terras que forem adicionados, verificar se existe ou não a presença de ovos ou pequenos caracóis.

Doenças

A preocupação com o caramujo africano é a transmissão de doenças raras como a Angiostrongilíase meningoencefálica humana, cujos sintomas são dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso.

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