Negreiros, Folha e Rogério trabalham pela presidência da Câmara de Palmas

Quem será eleito, no entanto, passa por uma grande articulação em que a vantagem está com os reeleitos, mas que dependerá em muito do aval de Amastha e de Raul.

 

O prefeito eleito da capital está na Europa, mais especificamente em Barcelona, aproveitando a última semana de férias antes de retornar à Palmas.

 

Antes de viajar, no entanto, Carlos Amastha fez o dever de casa e chamou para conversar diversos vereadores eleitos. Não se sabe se todos. O interesse na aproximação acontece dos dois lados. E movido por duas necessidades.

 

O eleito busca a governabilidade no Legislativo. E precisa dela. Eleitos em sua coligação, foram três: Major Negreiros – pré-candidato à presidência da Casa -  Etinho do Nordeste e Claudemir Portugal. O quarto foi agregado na reta final pelo deputado Wanderlei Barbosa (sem partido): Marilon Barbosa já foi eleito junto com Amastha.

 

Da Câmara antiga, cinco foram reeleitos. Três deles são ligados umbilicalmente a Raul: José do Lago Folha Filho – que também já lançou seu nome para presidência – José Hermes Damaso (que pode ser substituído por Milton Néris, a depender da decisão do TSE sobre o registro de candidatura do vereador) e Jucelino (que foi secretário municipal). O quarto, Lúcio Campelo, apoiou Raul nos últimos três anos, e não perdeu a proximidade. Deixou Luana Ribeiro para apoiar Marcelo Lelis, mas não é do seu perfil fazer oposição pura e simples.

 

Também da chapa de Lelis, o quinto, Valdemar Jr., do PSD, é dos que admitem já ter conversado com Amastha, mas nega estar na base. “São duas coisas. Uma é compor com o prefeito, outra é eleição da Mesa Diretora e comissões. Não tem nada a ver uma coisa com a outra”, argumenta. Mas é lógico que tem.

 

Somados, vereadores de Amastha, Raul e reeleitos somam 10

 

Se somados os quatro de Amastha, com os cinco reeleitos, são nove vereadores. O grupo dos reeleitos está fechado em torno da decisão de fazer o presidente da Casa. Embora as presidências de comissões tenham um papel muito mais importante na divisão de poder.

 

“Eu sou candidato, já coloquei meu nome e tenho quatro votos: o meu e mais três”, confessa o vereador Folha, outro que também já vem conversando com Amastha.

 

Aos nove que podem e devem trabalhar juntos, pela proximidade ocorrida na reta final da campanha, quando os vereadores ligados à Raul passaram a pedir votos abertamente para Amastha, deve se juntar mais um. Waldeson da Agesp, do PT, não deve andar longe do grupo.

 

Dez, já é maioria de 19. E o campo das possibilidades se mostra fértil, se observados os perfis dos novos eleitos.

 

Poucos devem permanecer na oposição, e sem composição com o prefeito eleito, seja na hora de lutar pelo comando da Casa, seja na hora das votações.

Fidelidade mesmo na oposição se pode esperar de poucos. Iratã Abreu é dos que não aderem. O portuense Joaquim Maia, do PV é outro bastante ligado a Marcelo Lelis, que não deve compor de imediato. Do PMDB, o mais votado, Rogério de Freitas trabalha fervorosamente nos bastidores para ser o candidato da oposição à presidência, mas deve encontrar dificuldades em reunir dez votos.

 

E ainda tem Émerson Coimbra, que pela proximidade do tio, Júnior Coimbra com o Palácio Araguaia é dos que não devem aderir à base de Amastha, pelo menos à princípio.

 

Joel Borges, por sua vez, é uma incógnita. Foi secretario de Raul, não tem grandes impedimentos em fazer a composição que quiser, apesar do apoio considerável recebido da coordenação de campanha de Marcelo Lelis.

 

Há três meses da eleição da nova Mesa Diretora, que acontece logo após a posse dos novos vereadores, ainda é cedo para prever tudo, mas uma coisa é certa: Carlos Amastha caminha para sentar-se na cadeira de prefeito com pelo menos dez e no máximo 13 vereadores em sua base.

 

E na cadeira de presidente, vai sentar-se quem negociar apoio com o seu grupo. As chances são grandes para que o presidente seja um vereador desta legislatura, reeleito para a próxima. Mas tudo ainda pode acontecer na eleição da Câmara Municipal de Palmas. O difícil mesmo, é que o presidente não saia dos grupos de Amastha e de Raul.

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