No CNJ, Sargento Aragão protocola reclamação disciplinar para que Conselho investigue membros do judiciário tocantinense

Nesta quarta-feira, 30, o deputado Sargento Aragão (PPS) protocolizou no CNJ uma reclamação disciplinar para investigar membros do TJ do Tocantins. Na reclamação, Aragão citou dois processos judiciais em que foram proferidas decisões pelo Tribunal de...

O Deputado Estadual Sargento Aragão (PPS) protocolizou nesta quarta-feira, 30, no Conselho Nacional de Justiça uma reclamação disciplinar para investigar membros do Tribunal de Justiça do Tocantins. Entre os motivos que fundamentaram a reclamação estão casos de nepotismo envolvendo familiares da presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, Desembargadora Jaqueline Adorno e dos desembargadores Luiz Gadotti e Moura Filho, além da citação de casos sob suspeita de favorecimentos em decisões decorrentes dessa relação.

O Parlamentar cita no documento que, “não bastasse o vexame nacional resultado do necessário afastamento de quatro desembargadores pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), acusados de venda de sentenças, o judiciário do estado é alvo de gravíssimas suspeitas de não mais vender sentenças, mas de realizar permutas por liminares e acórdãos num verdadeiro “toma-lá-dá-cá” com o Poder Executivo”.

Na reclamação, Aragão citou dois processos judiciais em que foram proferidas decisões pelo Tribunal de Justiça com suspeita de isenção e favorecimento.

O primeiro caso trata da Ação Civil Pública na qual o Ministério Público do Estado impetrou contra o ato do Governador do Estado que havia decretado estado de calamidade pública na saúde do Tocantins, o que resultou na terceirização da saúde e na contratação da organização social Pró-saúde para gerenciamento do setor, obtendo liminar em primeiro grau de jurisdição. A liminar foi cassada pela presidente do TJ, Desembargadora Jaqueline Adorno, com base na suposta oficialização da situação de calamidade junto ao Ministério da Integração Nacional, o que foi desmentido pelo próprio governo estadual.

O outro caso citado é sobre o Mandado de Segurança nº 5002780-15.2011.827.000 impetrado pelo vereador de Araguaína e ex-suplente de deputado estadual Jorge Frederico, que pleiteia que seja anulado o ato da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa que declarou a perda ao direito de suplência e a exercer mandato na presente legislatura, por renúncia irretratável, de acordo com o Regimento Interno da Casa.

A reclamação registra que há farta jurisprudência no Supremo Tribunal Federal que proíbe a interferência do judiciário no legislativo, no caso de matérias interna corporis (sobre questões internas), além de haver a suspeita de redistribuição dirigida de processos no Tribunal de Justiça de ações de interesse do Governo do Estado.

Pedidos

A reclamação solicita ao CNJ as seguintes providências:

- Que, liminarmente, os desembargadores sejam orientados a se declararem impedidos ou suspeitos de julgar causas ligadas ao governo estadual;

- Que sejam solicitadas às autoridades em questão informações sobre a nomeação de parentes dos desembargadores do TJ-TO para cargos de confiança da Administração;

- Que sejam requisitadas informações do processo da Ação Civil Pública contra do Decreto de Calamidade na Saúde, e informações, perícia ou prova técnica nas sucessivas distribuições do mandado de segurança 5002780-15.2011.827.000;

- No mérito, sejam os desembargadores reclamados obrigados, definitivamente, a não conhecerem de feitos em que a fazenda pública ou pessoa notoriamente ligada ao Governador do Estado;

- Que os desembargadores sejam investigados em processo administrativo disciplinar devidamente instaurado em razão dos eventos realizados nos autos dos processos citados na reclamação. (Da assessoria)

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