Nos bastidores, Robertinho já fala como candidato: e de oposição

Bem relacionado com as famílias mais tradicionais da política tocantinense, Roberto Pires muda o discurso nos bastidores e já admite ser candidato ao governo: pela oposição

De desmentidos em notas para blogs e jornais sobre uma possível candidatura sua a governo do Estado pelo PP, até telefonemas para interlocutores políticos do governo negando intenção ou desejo de postular o cargo máximo do Executivo, o empresário Roberto Pires, presidente da Fieto, caminhou passos largos nos últimos dias.

 

 

A amizade da família Pires, construída lá atrás, com Siqueira, Ribeiro e mais recentemente a proximidade de Robertinho com Gaguim em 2010, confere um histórico de cordialidade e livre trânsito do pai e do filho mais conhecido no meio empresarial com praticamente todas as famílias influentes da política do Tocantins. Não é segredo. Assim como a amizade do presidente da Fieto com a presidente da Faet, CNA e Senadora, Kátia Abreu(PSD).

 

Pois então. Com um leque tão amplo de relacionamentos e convivência no meio político, Roberto Pires parece que vai mesmo assumir uma candidatura a governo pelo PP. E na oposição ao governo.

 

Críticas sobem muito de tom

 

Indicativo forte nesta direção foi uma conversa nos últimos dias entre o empresário e um membro do legislativo tocantinense. Os termos usados, o tom das críticas ao governo subiram muito além do que se ouve de Robertinho no dia a dia e na comunicação que ele faz.

 

“Ele de fato está picado pela mosca azul. Duvido que não será candidato ao governo, a esta altura dos acontecimentos”, disse ao T1 Notícias uma fonte da Assembléia.

 

Por que picado pela mosca azul, se até então Robertinho Pires vinha mantendo a linha diplomática, e se esforçando para desmentir qualquer hipótese de candidatura? Por que a “corte”em volta dele aumentou muito depois que o assunto começou a ser ventilado. Vaidoso – não que isto seja defeito – o filho de Luiz Pires é dos que construiu sua fortuna independente da do pai, e tomou caminho de independência financeira cedo. O movimento do empresariado em torno dele ajuda a construir a expectativa de que um executivo, e não um político possa comandar o Estado nos próximos anos, admitem líderes do PP.

 

“O Roberto não precisa nem do aval do pai, nem do dinheiro dele. Lógico que é uma relação respeitosa, e já não existe o impedimento por parte do seu Luiz em que ele seja candidato”, disse outra fonte, esta do PP, ao T1 Notícias.

 

É um assunto melindroso. Nos bastidores o que rola é que ainda em setembro, antes do prazo limite para que terminem as filiações a partidos pelos interessados em disputar a eleição do ano que vem, Roberto Pires anuncie que aceita o convite do partido para pleitear candidatura ao governo.

 

Um forte sinal disto é que sua agenda tem tomado corpo em outro sentido. O empresário vai dando lugar ao político, que recebe pessoas que não eram do seu círculo de convivência e vai aumentando o círculo de relações entre lideranças.

 

O outro, inegável, é esta mudança de discurso e de postura. O que se diz a um parlamentar, nunca fica muito tempo em segredo. Ainda mais se envolver três ingredientes: eleições, críticas ao governo e oposição. Resta saber por quanto tempo ainda Robertinho negará que já quer ser governador.

 

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