Em Palmas, Carlos Amastha tomou a frente na preferencia do eleitor da capital. Por seis, por oito, por dez, por dezessete? A questão não é esta. A pergunta é por quê?
Em Gurupi o desconhecido Mauro Carlesse – que também usa xadrez e também responde a processos nascidos nos últimos anos de atividade empresarial - está dando trabalho ao experiente Laurez Moreira, deputado federal, de trabalho prestado e trajetória conhecida na cidade e no Estado. E por quê?
No caso de Palmas e de Gurupi estão na berlinda dois deputados, um estadual - Marcelo Lelis - e outro federal – Laurez Moreira . Políticos experientes e com trabalho prestado.
Em Palmas, Carlos Amastha caiu nas graças do povo por motivos que merecem uma análise mais aprofundada depois da eleição. Mas independente do resultado, é um grande case de marketing eleitoral.
Em Gurupi Carlesse se aproxima de Laurez pelos bairros, enquanto que o centro da cidade tem o voto mais cristalizado no deputado federal, que conta com o apoio da deputada Josi Nunes. Esta com bom conceito entre a população.
“Quero votar em alguém novo”
Nas duas pesquisas que fizemos nas duas cidades semana passada incluímos uma lista de motivos após a manifestação da intenção de voto para que o eleitor pudesse deixar as pistas das razões de sua preferência. E os motivos de sua rejeição a políticos conhecidos.
Nos dois casos, o motivo para votar em Amastha ou em Carlesse é o mesmo. Mais de 50% dos que confirmam o voto justificam: “quero votar em alguém novo”. Para depois virem os que estão votando em boas propostas.
É um voto de protesto? Não penso que seja tão simples assim. É mais que isso. Em Palmas é uma resposta. E de fato, ela revela uma insatisfação que já vinha se mostrando desde 2010, naquela eleição apertadíssima para governo, em que o número de votos brancos e nulos foi a prova da rejeição aos políticos tradicionais.
Em Gurupi o novo – Carlesse - chega com o apoio de um grupo que está no poder há muitos anos. Mas não é isto o que as pessoas estão enxergando nele. Afinal, há políticos tradicionais apoiando as duas candidaturas.
Na maioria dos casos, quem fala em mudança está entrando num caminhão com tudo o que tem dentro, sem saber para onde vai. Só sabe que precisa ir. No mínimo por que o lugar onde está, a vida que leva, a “casa” onde mora, está cheia de problemas e más recordações.
O que vai acontecer nesta reta final de campanha tem o poder de decidir a vida de duas importantes cidades do Estado pelos próximos quatro anos.
Para uns, já se tornou um vale tudo para não entregar a cidade e tudo que ela significa nas mãos de “desconhecidos”.
O problema é que desta vez, mais do que nas outras, o eleitor está reagindo mal ao “vale-tudo”.
Entender o que este eleitor está dizendo, o que está querendo, e o que suporta ouvir é talvez a tarefa mais importante para quem comanda as duas campanhas.
Para nós eleitores, a tarefa é outra: analisar os candidatos sem fantasias. Medir as consequências do voto. E poder fazer dele um instrumento eficaz de construção do futuro.
A decisão é pessoal, de cada eleitor. E seja qual for, precisa ser compreendida e respeitada.
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