O final de um 2018 turbulento chega para o Tocantins com alguma esperança de que dias melhores virão.
Passamos por uma cassação de governador eleito em março passado. Foram duas eleições para governador, sendo a primeira, Eleição Suplementar, disputada em dois turnos. Eleição turbulenta para presidente da República, com a vitória no Tocantins, ainda que por pouco, do petista Fernando Haddad. Mas seremos todos governados por um presidente eleito, Jair Bolsonaro, que sagrou-se vitorioso com um forte discurso anti PT e anti corrupção. Os dias que antecedem sua posse já trazem questionamentos sobre práticas nada republicanas envolvendo filho e assessor.
Se o cenário nacional está dividido entre os que acreditam no sucesso do presidente eleito e os que apostam no fracasso de uma política tacanha e extremamente predatória em relação a diversos temas, direitos garantidos duramente nos últimos anos, no Tocantins as coisas caminham mais calmamente.
O governo vem pagando a Folha com regularidade, e chegou neste final de ano a antecipar o repasse aos que ganham até R$ 2.600,00 no último dia útil de 2018. Pena que o Sistema do Banco do Brasil não colaborou, provocando estresse e reclamações de quem foi sacar e nao conseguiu. Na pior das hipóteses, no entanto, a maioria dos servidores chegará na quarta-feira, primeiro dia útil de 2019, com seus salários no bolso. Resta administrar para passar o mês.
Na Prefeitura de Palmas, Cinthia Ribeiro também antecipou o pagamento dos servidores públicos municipais. Uma injeção de mais R$ 45 milhões na praça.
Reforma administrativa vem aí
Sem desprezar os impactos que o Tocantins, como todos os estados brasileiros terão a partir do primeiro dia do governo Bolsonaro, com as medidas que a União adotará com reflexos nos Estados, podemos esperar dias melhores por aqui.
Não que eles chegarão como num conto de fadas. Como venho repetindo há meses, esta conta não fecha, e se o governo quiser governar para todos os tocantinenses, em especial para os que não estão na folha de pagamento, mas no comércio, no campo e em diversas áreas de atuação que geram riquezas e evolução, terá que fazer cortes.
O mais doloroso, e previamente anunciado, será por óbvio na Folha. Não é possível enxugar sem mexer nos que não tem estabilidade: os comissionados. Extinguir cargos e consequentemente, demitir pessoas, não pode ser evitado.
É claro que essas medidas de contenção, redução de pastas, fusão, terão resultados a médio prazo. O impacto inicial, no entanto, será do tipo negativo, mas necessário.
Para fazer os ajustes, o governador Mauro Carlesse invariavelmente terá que mandar companheiros embora. Afinal teve apoio maciço do funcionalismo e não poderá manter esses empregos.
O que se espera é uma reação da máquina pública em seguida. Mais ágil, mais enxuta, quem sabe recupere a capacidade de investimento, duramente comprometida nos últimos anos.
Liberado, empréstimo com a CAIXA pode transformar Estado em canteiro de Obras
Se de um lado o governo viverá dias de críticas e reclamações até por parte de aliados, por outro se prepara para fazer o que o então presidente da Assembléia visualizou lá atrás ao buscar a aprovação daquele empréstimo de R$ 700 milhões de forma a dividir os recursos com os municípios.
Isso fará com que cada pequena cidade do Tocantins receba cerca de R$ 1,5 milhões de reais em obras. O que movimentará a economia de cada lugar gerando empregos, movimentação de máquinas, consumo no comércio local e tudo que faz a roda da economia local girar.
Desta forma, o 2019 que se aproxima pode trazer ao Tocantins muito do que se buscou nos últimos anos.
Caberá ao Governo aproveitar a oportunidade da reforma, do ano novo e do novo governo, agora com toda segurança jurídica de que governará por quarto anos e contornar as últimas crises geradas em áreas importantes.
Nós, fora da máquina pública, continuaremos observando, questionando, informando e vigilantes como é o dever da imprensa. Mas de certa forma, aliviados com a forma como o ano termina.
Neste dezembro, o que fica claro é que o caos não chegou. Houve pulso para controlar as contas públicas e há perspectiva de melhora em várias áreas.
Que Assim Seja.
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