O Rei está morto, viva o Rei...

Cassação de Marcelo Miranda gera liminar do Tribunal de Justiça proibindo atos do governador, ainda em exercício do mandato... Poder já migra para o entorno de Mauro Carlesse e da Assembleia

Presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse
Descrição: Presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse Crédito: Divulgação

Marcelo já não governa e Mauro Carlesse poderá pouco nos primeiros 30 dias após sua posse. É o que já se vê nesta segunda-feira, 26, no Tocantins. A publicação do acórdão com a decisão do TSE e a discussão que se espera para esta terça, 27, é que definirá os rumos do Tocantins para as próximas semanas.

 

Desde que o governador Marcelo Miranda foi cassado novamente, desta vez num 5 a 2 -  que segundo Josias de Souza, mostrou o tamanho da coragem e, portanto, da covardia do TSE - o Estado mergulhou num caos de especulações e incertezas.

 

Só não está pior por que adversários tem mantido a postura de não bombardear governador e governo em fim de linha. Há cautela prevalecendo, a princípio, de todos os lados.

 

Mas com toda boa vontade que se analise a situação o que aconteceu é simples: o governo acabou. Está travado. Não pode mais emitir títulos de posse como ocorrido no Itertins na noite em que PF e Civil passaram por lá. 

 

É arriscado e temerário fazer distribuição de cestas básicas, com convite circulando no WhatsApp, já chamando candidatura da primeira-dama ao governo. Aconteceu no sábado.

 

E de fato seria uma bomba programada promover militares no apagar das luzes do governo a ser substituído. Movido pelo Ministério Público, o Tribunal de Justiça -  que tem legitimidade e moral para tanto -  colocou o devido freio às circunstâncias. Melhor assim. Fica menor o prejuízo para eventuais promovidos, que por certo sofreriam com os abalos de processos judiciais a seguir.

 

Se Marcelo já não governa e o presidente da Assembleia, Mauro Carlesse, terá sua mobilidade reduzida nos 30 dias de governo aos quais legalmente tem direito, o Tocantins atropelado por mais esta cassação tem pressa de voltar aos trilhos, sob novo comando. 

 

Num estado pobre - periférico, como mencionam os colunistas políticos nacionais - há que ter urgência em não travar por muito tempo a máquina e tudo que gira dependendo dela.

 

É por isto que esta terça-feira em que o TSE dá o tom em questão de ordem levantada pelo ministro Luiz Fux, sobre as eleições suplementares no Estado, é aguardada com ansiedade.

 

Na hipótese de prevalecerem as Diretas, conforme preceitua a legislação, já se sabe que boa parte dos principais virtuais candidatos está impedida por questões legais.

 

Na hipótese de prevalecerem as indiretas,  numa análise que entenda o período muito curto para duas eleições diretas num estado das dimensões do Tocantins, teremos um presidente da Assembleia governador e candidato a sua própria sucessão em seguida.

 

Seja qual for a decisão, o que se espera é que a carruagem ande. 

 

Nos bastidores o poder já migrou de Marcelo Miranda para Mauro Carlesse, como se viu na chegada do presidente da Assembleia a Palmas na sexta-feira.

 

Rei morto, rei posto. Salve o Rei.

 

É o que já dizem os que vivem dos meandros do poder.

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