O Xerife vem aí...

Amigos, entrevistei semana passada o procurador federal Mário Lúcio Avelar, pretenso pré-candidato a governo do Tocantins...

Mário Lúcio: o homem da terceira via?
Descrição: Mário Lúcio: o homem da terceira via? Crédito: Folha de S.Paulo

Depois, fiz um comentário resumido no Twitter, que amplio aqui por entender que ele pode ser uma peça capaz de mudar o jogo das eleições no Estado este ano. Vamos lá!

 

A história da terceira via anda difícil de engolir, dado que os personagens que se intitulam “o novo” no cenário político, nada têm exatamente de novo.

 

Todas as alianças, sem exceção, ensaiadas até agora, estão comprometidas com estruturas político partidárias já conhecidas. É um novo reformado, por assim dizer.

 

Podem existir nomes novos. Gente que já é conhecida no seu meio, ou até na política tradicional e que postulará o que nunca postulou antes. Penso que as candidaturas que se colocarem devem ser avaliadas sem preconceitos, mas com muita atenção. Para que ninguém leve gato por lebre.

 

Mas voltando a Mário Lúcio Avelar.

 

O homem é servidor federal, com passagem pelo Tocantins no final dos anos 90, bastante destacada. Primeiro, por que era jovem e idealista. Via o mundo com as tintas do heroísmo que toma conta dos jovens advogados que se formam, passam em concursos públicos e vão ser promotores, juízes, procuradores, sem vivenciar anos de advocacia. E ainda com um ingrediente: veio de movimento estudantil, e militância mais ligada à esquerda.

 

Seus embates com o governo Siqueira foram memoráveis. Na Prefeitura de Palmas atacou o uso de recursos federais na gestão Odir Rocha, e denunciou três secretários do município e uma lista de empresários e cidadãos que estariam ligados a um esquema de fraudar licitações.

 

E fez inimigos. Os principais estão novamente no comando do Palácio Araguaia. Foi transferido do Tocantins após um destes embates, num episódio que nãocabe aqui detalhar. Mas não desligou-se do Estado. É eleitor do Tocantins há 18 anos, e ensaia voltar agora não mais só para votar, mas para ser votado.

 

Do PSol ao PSB e a Rede de Marina

 

Sem experiência administrativa, ou político partidária, Mário Lúcio é o homem certo para o papel que o eleitor revoltado com as estruturas tradicionais anda buscando: um Xerife, a lá Joaquim Barbosa.

 

Percebendo isso, alguns amigos foram plantando nele a idéia. Nos últimos meses, caminhando com Fábio Ribeiro (ex-PT do B), o procurador trilhou o caminho do PSol, indo até Brasília, onde foi apresentado à cúpula e esteve com o senador Randolfe Rodrigues. Tudo estava bem encaminhado para que se filiasse à lendenda, com garantia de candidatura ao governo, quando fez uma guinada, mudando o rumo. "O PSol é um bom partido", resumiu, "mas talvez para enfrentar uma eleição aí a gente precise de uma estrutura partidária maior".

 

Deu na Folha de São Paulo semana passada e Mário Lúcio confirmou ao T1 Notícias, que a conversa esstá bem avançada com a Rede de Marina Silva, e consequentemente com o PSB de Eduardo Campos.

 

A pedra no meio do caminho é que o PSB é palaciano. Está bem estruturado nos municípios, sob o comando do experiente Laurez Moreira, prefeito de Gurupi.

 

Um problema para a Nacional resolver, como já adiantou o procurador ao T1 Notícias.

 

Conversando com Amastha

 

No mês de férias que teve, Mário Lúcio esteve no Tocantins buscando interlocutores. Conversou com Carlos Amastha, que já andava bem impressionado com os dados de uma pesquisa que mandou fazer ano passado na capital.

 

Conversou com interlocutores do PT. Fez restrições a Kátia Abreu e a Marcelo Miranda. Também a Marco Antônio Costa.

 

Com o futuro partido a definir, Mário Lúcio no entanto é o sonho de consumo de qualquer marqueteiro para construir a terceira via independente. Ficha limpa, perfil de seriedade, acostumado a enquadrar bandidos do colarinho branco o procurador pode ser uma surpresa nos maiores colégios eleitorais do Estado, onde o eleitor está à procura de uma alternativa.

 

Se seria um bom governador, já são outros 500. Mas isso é conversa para outra hora.

 

Por enquanto, basta saber que o Xerife vem aí. E está disposto a abalar o jogo eleitoral do ano.

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