Agentes de polícia e o Serviço de Inteligência da Polícia Civil cumpriram na noite desta quarta-feira, 11, nos municípios de Barrolândia, Miranorte e Paraíso do Tocantins, 11 mandados de prisão por tráfico de drogas.
A operação chamada de “Dentista II” prendeu: Telma Pereira Oliveira, 32, conhecida como “Telminha”, Rogério Barbosa Salazar, 20, Gabriel Soares de Souza, 43, Maria do Socorro Lobo, 30, vulgo “Neguinha”, Márcia Ventura Silva, 32, Pedro Rodrigues da Silva, 38, o “Pedão”, Maria Rilka Lino dos Santos, 37, Railda Francisca Barros Conceição, 32, Rosilene Nascimento Lima, 34, Maria Nascimento Feitosa, 33 e Attos Gomes Dias, 24, conhecido como Pámela.
Além de cumprir os mandados de prisão, seis das 11 pessoas presas foram autuadas também em flagrante por tráfico. A Polícia apreendeu 35 gramas de “crack”, mais de 140 pedras do entorpecente e ainda dinheiro usado no comércio da droga.
“Dentista II”
As investigações duraram cerca de 5 meses e a Polícia acredita que tenha desfeito uma grande rota do tráfico na região dos municípios averiguados.
“O que nos impressiona é a quantidade de mulheres presas. Infelizmente, nossas investigações constataram que as 7 supostas “donas de casa” sobreviviam há anos, exclusivamente, da venda do crack. E a impunidade estava tão comum na cidade de Barrolândia que muitas mães resolveram aderir ao modo ilícito de vida. A droga era vendida habitualmente por essas mulheres, mas a eficiência do trabalho da Polícia Civil conseguiu conter esse tipo de crime”, declarou o delegado da Delegacia Regional de Miranorte, Rossílio Souza Correia.
A operação “Dentista II” ganhou esse nome pelo fechamento de várias “bocas de fumo” nos municípios investigados. A operação “Dentista I” foi realizada somente em Miranorte onde 16 pessoas foram presas, em agosto do ano passado.
As pessoas presas estão à disposição da Justiça.
Os efeitos e as conseqüências do Crack
O efeito social do uso do crack é o mais devastador, entre as drogas normalmente encontradas no Brasil. O crack é uma droga ilegal, obtida a partir da merla - uma variação da pasta de coca, obtida como subproduto do processamento das folhas de coca, para obtenção da cocaína.
A merla é misturada ao bicarbonato de sódio e água. O bicarbonato de sódio faz com que a mistura tenha um baixo ponto de fusão (passagem de sólido para líquido) e ebulição (uma forma de passagem de líquido para gasoso), tornando possível a queima da droga com o auxílio de cinzas, que são colocadas em um cachimbo, junto ao crack.
O uso de cocaína por via intravenosa foi quase extinto no Brasil, pois foi substituído pelo crack, que provoca efeito semelhante e é tão potente quanto a cocaína injetada. A forma de uso do crack também favoreceu sua disseminação, já que não necessita de seringa - bastando um cachimbo, muitas vezes improvisado.
O crack eleva a temperatura corporal, podendo levar o usuário a um acidente vascular cerebral. A droga também causa destruição de neurônios e provoca no dependente a degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência esquelética ao indivíduo: ossos da face salientes, braços e pernas ficam finos e costelas aparentes.
O usuário de crack torna-se completamente dependente da droga em pouco tempo. Normalmente o viciado, após algum tempo de uso, continua a consumi-la apenas para fugir aos desconfortos da síndrome de abstinência - depressão, ansiedade e agressividade - comuns a outras drogas estimulantes.
O uso do crack - e sua potente dependência - frequentemente leva o usuário à prática de pequenos delitos, para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa. O dependente dificilmente consegue manter uma rotina de trabalho ou de estudos e passa a viver basicamente em busca da droga, não medindo esforços para consegui-la. (Com informações da Ascom SSP)
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