Até as pedras que calçam a praça dos Girassóis sabem da intenção de Eduardo Siqueira em disputar o governo na sequência do pai e da vontade do governador de ver o filho sucedê-lo. Nada escondido, nada ilegítimo e nada ilegal, o que o grupo do governador discute é a solução jurídica para tanto. Por mais que hajam discursos a favor e declarações em contrário, reforçando a intenção pelo avesso.
A agenda de Eduardo, secretario de Relações Institucionais, é a própria agenda do governo. Este ano, a programação é acentuar a presença dele nos municípios, lançando e inaugurando obras, chegando mais perto do povo, uma vez que a proximidade com os prefeitos tem sido construída e consolidada a cada gesto político.
E a oposição? Bem, a nova oposição caminha para construir seus caminhos e encontrar nomes.
O projeto “desmonte” de eventuais candidaturas de Marcelo Miranda e Carlos Gaguim, os dois ex-governadores, coloca a oposição clássica aos Siqueiras no Estado, num imbróglio jurídico que vai consumir tempo e energia neste ano inteiro.
Está sobrando o PP, do prefeito Carlos Amastha. E os demais insatisfeitos que podem se aglutinar em torno dele.
Robertinho convidado
Foi neste contexto que nos últimos dias surgiu o nome do empresário e presidente da Fieto, Robertinho Pires. Vice-presidente do PP, ele poderia trocar a legenda pelo PT da presidente Dilma, e pavimentar um caminho mais fácil para buscar a eleição a governador.
Convite e conversas seguem nos bastidores em torno desta articulação. Oficialmente o presidente sustenta que não disputará e alega um acordo com o pai, Luiz Pires, de que nenhum filho trilhará caminho na política partidária. A exceção já foi feita com o envolvimento na política sindical.
O outro nome que ensaia vôo solo é do também empresário Ataídes de Oliveira, suplente de Senador, que será alçado de volta ao Senado nos próximos meses, com a licença médica do senador João Ribeiro, pós transplante de medula, que já anunciou que vai estendê-la.
Ataídes é opção
Ataídes na sua primeira passagem pela Casa, mostrou-se afeito à polêmicas, sempre em torno de bandeiras complicadas, mas de apelo popular.
Empresário com a fama de ter começado debaixo e ter construído fortuna trabalhando, ele teria dois ingredientes necessários à missão: recursos próprios (e capacidade de levantá-los) e espaço para construir esta pré-candidatura na mídia nos próximos meses. Vontade, apetite político, é evidente que não lhe falta.
Como está no Café On Line de hoje, Carlos Amastha, o elemento novo no cenário, contava com Eduardo Gomes(PSDB) para o Senado na montagem de uma chapa de oposição ao governo Siqueira. Não conta mais, justamente por não perceber no amigo esta disposição para o confronto.
Da maneira como vai, o governo leva vantagem. E a oposição tem pela frente a missão de acertar os ponteiros, ajustar o relógio e sintonizar-se com o sentimento popular de mudança para encontrar seu caminho. A hora é agora, no ano pré-eleitoral que começa daqui há pouco. Depois do Carnaval.
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