Os novos e o velho na eleição que vem aí para presidência da Câmara

Divulgamos ontem uma matéria sobre a primeira reunião realizada entre os novos eleitos para a Câmara de Palmas, que devem tomar posse no dia 1o de janeiro, para entrar em atividade no mês de fevereiro

 

A reunião, além de marcar o primeiro encontro/confraternização entre os eleitos, serviu para aproximá-los em torno de um objetivo comum: fazer o novo presidente deste grupo de novos parlamentares. Todos sem experiência de mandato anterior.

 

O discurso, presente na boca de todos que usaram a palavra é um só: renovação. Entendem os novos que são fruto de um momento em que a sociedade decidiu trocar a maioria dos seus representantes no legislativo municipal.

 

Pré-candidato a presidente, vereador mais votado do grupo do prefeito eleito, o vereador Major Negreiros, foi o que melhor sintetizou o sentimento do grupo: “O momento é nosso. Quem decide quem será o presidente somos nós”.

 

De fato. A pergunta que fica, no meio de um grupo tão heterogêneo é se o fato de serem todos representantes da renovação, sobrepõe-se ao fato de que cada um representa uma partido, pertence a um grupo político, foi eleito ligado a um segmento da sociedade pesa menos do que serem a expressão em votos da dita “renovação”.

 

Na boca de cada um, a expressão do desejo de fazer a diferença, de justificar o voto. Uns com mais arroubo do que outros. É o caso do vereador eleito Júnior Geo. Em encontro com o senador João Ribeiro(PR), levado pelo professor Alan Barbiero(PSB),Geo já havia dito com todas as letras que deve sua eleição à família, aos amigos, aos seus alunos. E só. Num determinado ponto, disse até que do partido só recebeu a legenda, e mais nada. Portanto, imaginem o que ele deve ao partido.

 

Na reunião com os colegas, Júnior Geo foi mais longe. Disse que gastou apenas R$ 1.270,00 ( Hum mil duzentos e setenta reais) em sua campanha, que foi eleito com o discurso de ser um vereador diferente, e será. A diferença toda acabou soando mal em meio ao grupo. De toda forma, Geo terminou sua fala dizendo que vai votar junto com o “Grupo dos Novos”: “E a minha palavra tem valor”, emendou, arrancando risos dos futuros colegas.

 

Novos ou velhos, cada um tem seu grupo

 

A verdade dos fatos é que, eleitos com muita ou pouca ajuda de seus partidos e candidatos a prefeito, cada vereador que chegará ao dia 1o para votar num presidente e numa mesa diretora, está ligado à alguém. No parlamento, não se sobrevive sozinho. Muito menos na política como um todo.

 

Novo do lado de Amastha, Major Negreiros é pré-candidato. Novo, na oposição à Amastha, Rogério Freitas é candidatíssimo e trabalha forte para reunir possíveis apoios. Além dos dois, mais dois se manifestaram interessados na presidência na reunião, que terminou sem afunilamento em torno de nomes. O PSL, que provocou a reunião, tem dois vereadores eleitos: Gérson da Mil Coisas e Cleiton Cardoso. Os dois são potenciais candidatos.

 

Velhos, ou reeleitos, cinco vereadores são pré-candidatos: De Jucelino a Valdemar Jr, passando por Folha, Milton Néris (caso vença judicialmente), Damaso (caso permaneça) e Lúcio Campelo.

 

É por isto que por mais boa vontade que exista por parte dos “novos vereadores”o frágil vínculo que começa a se formar entre eles, vai esbarrar na velha divisão de poder que todo parlamento enfrenta no começo de uma nova gestão: quem fica na base e quem fica na oposição ao novo prefeito.

 

E é assim que no final, os votos se comportarão: novos ou velhos, os vereadores que vão às urnas no dia 1o votarão antes nos interesses de seus grupos, que propriamente na “renovação”esperada.

 

Traduzindo: o presidente pode até ser um “novo”, mas terá para isso que contar com o grupo todo ao qual pertencer. E possivelmente terá que compor com os velhos.

Comentários (0)