Outra eleição que tem tudo a ver com gente: Dilma, Marina ou Aécio presidente?

Faltando 27 dias para as eleições de outubro, muitos tocantinenses ainda estão alheios à disputa presidencial. Simpatia à Marina cresceu pós morte de Eduardo Campos, mas é preciso levar o debate além

Dilma, Marina e Aécio movimentam debate eleitoral
Descrição: Dilma, Marina e Aécio movimentam debate eleitoral Crédito: Reprodução

Amigos, nesta segunda-feira, 8, dia de Nossa Senhora da Natividade, padroeira do Tocantins, feriado em todo o Estado, abro o debate sobre as eleições presidenciais.

 

Mesmo que a maioria dos eleitores siga alheia à campanha eleitoral em seu Estado -  e mais ainda sobre o que ocorre no País – é importante discutir sobre o que está evoluindo para acontecer nesta disputa presidencial. Uma eleição que tem tudo a ver com o que pode acontecer nos próximos anos com a vida da gente, em qualquer estado brasileiro.

 

As forças tradicionais que vem se enfrentando pelo comando administrativo do País, PT e PSDB, desta vez enfrentam o fenômeno Marina Silva.

 

Era de se esperar que alguma coisa nova sacudisse estas eleições. Ou então o movimento que tomou as ruas das principais cidades brasileiras ano passado teria sido inócuo. Aquilo de fato foi um termômetro da insatisfação. E este sentimento, como água represada, sempre encontra por onde fluir, sair, se soltar.

 

O curioso é que até a morte de Eduardo Campos, de forma trágica, não era perceptível que a dupla do PSB/Rede assumiria este papel. Mas o brasileiro é passional. E a prova disto é que se Eduardo não tinha perspectivas, vivo, de polarizar a disputa contra Dilma Roussef e tudo que o governo do PT representou de evolução para o eleitorado mais pobre do Brasil, morto, abriu caminho para que Marina o faça.

 

É neste sentido que a eleição vai, em que pese o esforço de Aécio para se recolocar no debate como uma alternativa viável.

 

De um lado Dilma -  enfrentando o desgaste do modelo de governo que seu partido adotou, o escândalo da Petrobrás, que reacendeu suas lavas com as bombásticas declarações envolvendo parlamentares – e de outro Marina com esta expectativa de um novo rumo, a partir de um novo comando.

 

Na pesquisa que o T1 encomendou ao Ipeto, e que divulgamos há uma semana, o empate técnico se evidencia no Tocantins entre as duas mulheres que protagonizam esta eleição: Dilma 38%, contra 36% de Marina.

 

As recentes adaptações de discurso que Marina Silva vem fazendo, a partir da escolha de um vice mais conservador que ela em questões polêmicas, é que chamam a atenção neste momento da campanha. Sua capacidade de adaptar-se ao que seus principais aliados precisam que ela diga, ou não diga. Como foi o caso da alteração do Plano de Governo no caso dos direitos civis que serão garantidos à comunidade LGBT. Uma influência clara do pastor Silas Malafaia.

 

A comunidade de Axé do Brasil inteiro também se mobiliza contra o que considera fundamentalismo nas posições de Marina Silva. É o temor de milhares de brasileiros, de que o Estado laico passe a se guiar pelos pontos de vista mais que arraigados de uma religião: a da candidata do PSB, caso seja eleita. Não é de se estranhar que Marina provoque medo, se não deixa clara suas posições e mais ainda, se mostra que elas podem mudar ao sabor das pressões de porta-vozes de uma suposta maioria.

 

O Brasil tornou-se um lugar melhor par se viver nos últimos anos do governo do PT. Esta é uma realidade gritante quando se observa os milhares de brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza. O programa habitacional iniciado por Lula e que Dilma ampliou, é um dos indicadores disso, para além das bolsa-tudo, que são alvo de críticas, muitas dela, bastante justificáveis.

 

É ruim que a campanha presidencial tome o rumo de outras que já vimos, que pregavam o medo como argumento contra A, ou B. Mas é preciso ter clareza de posições e firmeza de posições. Tem faltado isso à Marina Silva.

 

Até onde o impulso da comoção da morte de Campos a levará? Até onde seu discurso, seus aliados e suas propostas a sustentarão?

 

E Dilma, o que tem a nos propor para convencer de que continuar com ela é o melhor caminho para o Brasil? São perguntas como esta que precisam de respostas, antes que 5 de outubro chegue.

 

Até lá, olhos e ouvidos bem abertos. Avançar, sim. Retroceder jamais!

 

O Brasil não merece.

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