A divisão de poder nas secretarias de Estado com a possibilidade de indicação de secretários pelos deputados foi alvo de ataque na tribuna da Câmara de Palmas na manhã desta quarta-feira, 24, provocada pelo vereador da União do Tocantins, Aurismar Cavalcante(PP). “Ele já demonstrou a capacidade de negociar o Estado inteiro para se dar bem”, disse o vereador se referindo ao governador Gaguim.
As críticas, sempre em tom duro, foram aumentando, especialmente quanto à intenção anunciada de paralisar as atividades do programa Pioneiros Mirins, que acumula uma dívida referente a meses de falta de pagamento das bolsas. “Ele está brincando com o povo, errando, acertando, errando acertando... esta é a governabilidade do nosso Estado?”, questionou.
Cavalcante exibiu um jornal intitulado “Poderes”, em que os deputados tocantinenses aparecem numa charge, em que são comparados à marionetes. “Apenas dois deputados se recusaram a participar deste rateio de cargos”, questionou o vereador, provocando a reação do vereador Carlos Braga (PMDB), secretário geral do PMDB. “Eu admiro a coragem de vossa Excelência em trazer este assunto aqui, condenando uma ação inclusive da sua bancada”, comentou em questão de ordem.
Barbosa defende Gaguim
O presidente Wanderlei Barbosa, pedindo licença aos demais inscritos, antecipou sua fala e respondeu ao vice-presidente Cavalcante, os questionamentos feitos. “Isso não são negociatas, são negociações que os partidos fazem para garantir a governabilidade”, argumentou. “Agora, a questão de quem indica, se o deputado indica o irmão, a mãe e a tia, é questão do deputado. Entendo que o governador Gaguim tem o direito como gestor de buscar a governabilidade”, defendeu.
Barbosa lembrou que todo gestor valoriza politicamente o seu grupo. “Foi assim aqui na Câmara quando eu me elegi presidente. No Brasil inteiro acontece assim, no Senado, o próprio presidente Lula para manter a governabilidade negociou com os partidos. Nós que somos uma casa política não podemos condenar esta prática”, argumentou.
Valdemar questiona
O vereador Valdemar Júnior pediu aparte ao presidente Wanderlei para argumentar que a distribuição de cargos entre deputados ou partidos, é legítima se feita após a eleição para o mandato tampão. “Acho que o questionamento é temporal. Todos os que participam de uma eleição, são contemplados, após, não antes”, argumentou. Para Valdemar, ao assumir o governo interino e dividir o poder de indicação com os deputados e partidos, o governador interino está construindo condições para garantir sua eleição ao mandato tampão.
Já na tribuna, mais ao final da sessão, Valdemar afirmou que é amigo pessoal do governador, e torce para que ele acerte, pois “a população do Tocantins já não agüenta viver nesta intranquilidade”.
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