Os alegados motivos pessoais envolvem problemas de saúde do pai dele, empresário Luiz Pires. Mas não é só isso.
No dia da sessão solene em homenagem aos 25 anos de implantação da capital, Palmas, feita em Brasília, na Câmara dos Deputados, um importante encontro entre Roberto e Sandoval aconteceu, como fruto de uma articulação forte de bastidores.
O objetivo era atrair o PP para a chapa governista, eliminado mais uma candidatura oposicionista. Parece ter funcionado.
O governo trabalha com o objetivo de “limpar a área”. E segue uma das regras mais antigas da tática de guerra: dividir, isolar, enfraquecer o adversário.
É uma tática executada com charme. A conhecida fase da sedução, que o governo exerce tendo à frente sua face mais renovada, Sandoval Cardoso.
Neste sentido, como já adiantei aqui, estão as tratativas com o PDT de Agnolin, que confirmou ao T1 Notícias as articulações e afirmou: “não temos preconceitos”.
De fato. Em 2012, o partido apoiou Marcelo Lelis(PV), naquele momento, o representante do grupo governista na disputa pela prefeitura de Palmas.
O PRB de César Hallum, também está em fase de namoro bastante avançada. E César já deu a deixa em entrevista ao T1 na segunda-feira passada: não tem estrutura para seguir com pré-candidatura ao Senado. Corre para garantir a reeleição. E para esta, conforme admitiu lá atrás, é mais fácil estar no grupo do governo, como querem os prefeitos que o apoiam.
Chapão vai se desenhando
Ao avaliar o quadro que vai se formando, o pré-candidato do PT, ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão, manifestou preocupação: “enquanto as oposições seguem ainda desarticuladas, o governo vai manobrando para agregar partidos”.
É verdade. A base de sustentação do governo Siqueira, que Sandoval herdou, é grande. Somando legendas que estavam no meio do caminho entre oposição e situação, cresce o palanque, cresce a capilaridade de lideranças apoiando e pedindo voto e cresce o tempo de TV.
A saída de cena de Roberto Pires neste momento, termina de esvaziar o PP e abre caminho para que a legenda feche com o governo, beneficiando diretamente a reeleição do presidente regional, deputado Lázaro Botelho.
Que aliás, vem da antiga União do Tocantins e rompeu em 2010, acompanhando a mulher dele, Valderez Castelo Branco, que queria ser candidata ao Senado, ou a vice.
Ao agregar novos partidos, o governo faz o que anunciou Eduardo Siqueira esta semana: fortalece o movimento.
Amastha acende sinal de alerta
Mas se o PP de Botelho se aproxima do governo, o prefeito Carlos Amastha, da capital, acena que com ele a conversa não está tão adiantada assim.
Em entrevista esta semana ao Portal T1 Notícias - e que vai ao no dia do aniversário de Palmas – confirmou estar satisfeito com a parceria administrativa e com o tratamento recebido de Sandoval. Mas não tem questão fechada sobre Outubro. Ainda quer ver as promessas acontecerem.
O vai não vai do PMDB
Só vai sobrando no campo de batalha a oposição tradicional, na figura de Marcelo Miranda, no PMDB e os neo oposicionistas Marcelo Lelis com o PV e Ataídes de Oliveira do Prós, uma das coisas que mais cria instabilidade é a incerteza que campeia no PMDB.
O vai não vai de Marcelo Miranda ao governo, agravado pela expectativa de posse no Senado, mais uma vez frustrada, é ingrediente que também desarticula as forças de oposição.
Nesta semana que termina, faltando 45 dias para o prazo final das convenções, os governistas se fortalecem. E a retirada do nome do PP contribui para tanto.
Comentários (0)