No começo da semana, véspera do aniversário de Palmas, uma cena interessante foi fotografada em Brasília: o ministro Kassab, ao lado do presidente do PSD no Tocantins, deputado Irajá Abreu, apertando as mãos e selando o acordo do partido no Tocantins com o prefeito e a gestão Carlos Amastha.
É um intrincado jogo de forças, em que o PSD - que ficou de fora da composição do governo Marcelo Miranda(PMDB) - reajustou sua presença no Estado e termina de acomodar seus quadros nas maiores prefeituras que o Tocantins tem. Em Araguaína, já tinha emplacado Joaquim Quinta Neto, pivô da confusão em torno da Secretaria de Estado da Agricultura, que terminou ocupada por Clemente Barros.
O PSD, pelo acordo, deve ocupar a pasta em que mais poderá contribuir com a gestão, efetivamente: Habitação. Justamente onde tem o ministro Kassab, que recentemente desbloqueou aqueles R$ 35 milhões de obras do PAC 2 para Palmas. Cenas que deveremos assistir nos próximos dias.
O acordo do PSD com Amastha cria um elo visível do grupo da ministra - articulado no Estado atualmente pelo filho, deputado federal - mas é apenas o começo.
O que vem de mais significativo por ai, é a criação do PL como uma legenda que já nascerá incrivelmente forte no Estado, articulada também por Irajá.
Quem antecipou o que vem por ai, ao Portal T1 Notícias, foi justamente uma das vozes mais fortes hoje na base de Amastha: o vereador Milton Néris, um dos pupilos de Raul Filho, que agora marchará em campo oposto ao do ex-prefeito.
Além de Milton, vereadores da base do prefeito que não se imagina, poderão migrar para o PL. Dois deles: Rogério de Freitas, presidente da Câmara, cujo nome tem constado em todas as placas novas de obras inauguradas, e Émerson Coimbra.
Saia justa para Lelis e Gaguim
Se de um lado Amastha se aproxima de Kátia Abreu, para ter a ministra e senadora no seu palanque ano que vem, como fruto de uma aliança administrativa que pode avançar para uma composição política, por outro anda de mãos dadas com o governador Marcelo Miranda. De vôos e inauguração de obras no interior, à simbólica reinauguração do Parque Cesamar, Carlos Amastha, anda colado com um governador que não ajudou a eleger.
Coisas da política, mas que surpreendem pela guinada dada em menos de um ano. “O prefeito é ninja”, ouço por ai. “Ele faz rastro de raposa, mais do que muito político antigo”, escutei de um adversário.
Sim. O que Amastha está construindo é um palanque antes improvável, e que pode ter como consequência o isolamento de duas figuras políticas importantes.
Se Marcelo e Kátia apoiarem o prefeito, como fica Gaguim e sua pré candidatura dentro do PMDB de Palmas?
E se Miranda de fato apoiar Amastha, que situação de isolamento estará criando para Marcelo Lelis, presidente do PV, maior adversário do colombiano hoje no cenário político da capital? Ele que tem a mulher, Cláudia Lelis, bem posicionada na vice-governadoria e surpreendendo ao assumir missões de caráter administrativo, com desenvoltura?
Falta muito tempo ainda para as eleições. Mas falta pouco se formos pensar em alianças. O eleitor não entende guinadas muito rápidas. Basta lembrar daquele palanque multi eclético em torno de Lelis e seu efeito devastador na hora que a campanha andou.
Antes que o ano termine, cada protagonista deste jogo político deve ter posição marcada onde vai de fato estar ano que vem nesta disputa.
Por mais que a pauta atualmente seja administrativa, seus reflexos políticos são óbvios demais.
Por hora, Amastha vai somando pontos. E o PL, sem dúvida é seu ponto de encontro com a senadora, de quem já falou mal demais, mas que lançou à presidência da República dia destes no Tribunal de Justiça.
“O que eu faço é reconhecer o trabalho que ela presta e o fato de ser uma liderança nacional, inconteste”, responde o prefeito a quem lhe questione.
Está certo: agindo assim constrói pontes. O desafio é mantê-las até outubro de 2106 chegar…
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